Robson Nunes é o assistente de direção Bola em Espelho da vida, novela das 18h da Globo. Braço direito de Alain (João Vicente de Castro), o personagem é um elo importante entre o diretor e o elenco do filme sobre Júlia Castelo (Vitória Strada). Para o ator, o convite foi instigante, pois ele fez cinema a vida inteira e tem intimidade com esse universo. Além disso, Bola tem um lado cômico que o ator se sente à vontade para explorar.
Na trama, Bola tem que lidar com as confusões e pedidos especiais do elenco da produção cinematográfica. O personagem faz de tudo para agradar Carmo (Vera Fischer), Solange (Luciana Vendramini), Emiliano (Evandro Mesquita), Mauro César (Rômulo Arantes Neto) e sua paixão platônica Mariane (Kéfera Buchmann). Segundo o ator, o que também facilitou o trabalho foi o fato de conhecer João Vicente de Castro de outro projeto – ambos contracenaram na série Lili, a ex (2014), do GNT.
“Foi fundamental conhecer o João, porque o gelo já não existia. O Alain é bem denso, então acabo sendo um contraponto. Trago o humor pro Bola e o texto vem com várias indicações. Tanto o Pedro (Vasconcelos, diretor) quanto a Beth (Elizabeth Jhin, autora) me deixaram livre pra improvisar alguma coisa. Qualquer espaço e a gente tenta emplacar uma piadinha”, confessa
A paixão de Bola por Mariane não é correspondida. Segundo Robson, é divertida a situação dos personagens. Fora de cena, o ator e Kéfera já tinham trabalhado juntos duas vezes e ele conta que se surpreendeu com a situação. “Foi divertido porque Kéfera já era famosa na internet e, quando eu a conheci, ela me deu um abraço e falou que era muito minha fã por causa do programa Zapping zone, do Disney Channel”, comenta.
Em Espelho da vida, a história tem como tema a vida passada dos personagens, algo recorrente nas novelas de Elizabeth Jhin. Para Robson, é possível que exista reencarnação, por causa do grande mistério que é a vida. O ator conta que acredita que o espiritismo traz algumas respostas para dúvidas humanas, mesmo que essa não seja a sua religião. “Antigamente, falava que era católico, mas comecei a estudar várias crenças e hoje não tenho uma religião. Acho que Deus é uma coisa para cada pessoa, mas se você for estudar a essência das religiões, termina no mesmo lugar”, relata
PERSISTÊNCIA
Robson diz que, quando escolheu ser ator, sabia das dificuldades que poderia passar na profissão. Mesmo assim, persistiu na carreira. Sabe que existe racismo no Brasil e batalhou por oportunidades quando não estava contratado para algum projeto. “Hoje os negros vivem um momento único no Brasil, porque a gente começou a mexer em feridas que pareciam cicatrizadas, mas que incomodam. Existe um racismo velado no país desde sempre. Há nove anos, fiz um espetáculo autobiográfico chamado AfroBege, onde trato muito da questão de ser negro. Tive sorte também, porque conheço muito ator que é talentosíssimo, mas não consegue espaço”, afirma. (Estadão Conteúdo)