Antonio Fagundes é o misterioso Ubiratan na minissérie Se eu fechar os olhos agora, exibida após O sétimo guardião, na Globo. Na produção inspirada na obra homônima de Edney Silvestre, o ator forma um trio de detetives com João Gabriel D’Aleluia e Xande Valois, que interpretam Paulo e Eduardo, respectivamente. Eles se unem na busca de pistas para encontrar o verdadeiro assassino de Anita (Thainá Duarte). E, à medida que avançam na investigação, provocam a ira dos poderosos da fictícia São Miguel, como o prefeito Adriano (Murilo Benício).
“Os meninos acabam contando com o apoio do Ubiratan na investigação. É um encontro improvável, mas a trama se desenvolve. Gosto muito dessa temática, que é tão difícil. O Ricardo (Linhares, autor) conseguiu fazer uma adaptação maravilhosa. Mesmo respeitando o livro, ele ainda criou em cima. Adoro o gênero policial, então, fazer parte de um é um prazer redobrado”, diz o ator.
Aliás, a ligação de Fagundes com Se eu fechar os olhos agora é antiga. Quando perguntado se ele já havia lido o livro de Edney Silvestre, o ator relembra que não só leu, como também tinha narrado o audiobook. Por isso, quando recebeu o convite, ficou muito satisfeito e logo aceitou participar da história.
“Por uma coincidência, quando me chamaram, eu falei: ‘Meu Deus, que bom! O audiobook foi lido por mim’. Já tinha certa intimidade com o livro e adorei, porque é um personagem que quando eu lia pensava que poderia fazer. Um bruxinho velho sempre dá pra fazer”, afirma, aos risos.
Fagundes é considerado um dos grandes atores da teledramaturgia e coleciona uma extensa lista de trabalhos em mais de 50 anos de carreira. Em Se eu fechar os olhos agora, ele teve a oportunidade de trabalhar com atores que estão iniciando a jornada. “Contracenar com esses garotos é muito bom, porque você vê aquele brilhinho no olhar. Imagino daqui a uns 20 anos eles falando: ‘Ah, eu comecei com o Fagundes’”, entusiasma-se.
A locação escolhida para ambientar a fictícia São Miguel foi a cidade de Catas Altas, no interior de Minas Gerais. Com sua arquitetura colonial, o local se encaixou perfeitamente no enredo da minissérie. Segundo Fagundes, a produção pode ter menos capítulos, mas, por conta das gravações fora do Rio de Janeiro, acaba levando mais tempo.
“É mais curto para o público, porque, pra nós, é a mesma coisa. Esse (projeto) aqui levou entre quatro e cinco meses gravando, então é quase a duração de uma novela. Às vezes, até pelo fato de ser mais curto, a gente acaba tendo mais locações, em lugares mais distantes”, afirma.
NOS PALCOS E por falar em novelas, Fagundes está pronto para voltar aos folhetins em Bom sucesso, próxima trama das 19h da Globo. No folhetim de Paulo Halm e Rosane Svartman, que substituirá Verão 90 no segundo semestre, o ator viverá o poderoso Alberto, que tem uma doença grave. Enquanto isso, ele continua dedicado aos palcos do teatro com a peça Baixa terapia, em São Paulo.
“Sempre brinquei que a coisa que eu mais invejava dos meus colegas era quando anunciavam: ‘Fulano de tal volta aos palcos’. Não voltei, porque nunca saí. A gente está com a peça em cartaz em São Paulo. Completamos, em 12 de abril, 300 representações, já tivemos mais de 200 mil espectadores e continua lotando. Estamos tentando há anos vir pro Rio, mas é complicado. Como diz o Marcelo Crivella (prefeito da cidade), é uma ‘esculhambação’”. (Estadão Conteúdo)
“Já tinha certa intimidade com o livro e adorei, porque é um personagem que quando eu lia pensava que poderia fazer. Um bruxinho velho sempre dá pra fazer”
“Contracenar com esses garotos é muito bom, porque você vê aquele brilhinho no olhar. Imagino daqui a uns 20 anos eles falando: ‘Ah, eu comecei com o Fagundes’”
NA MEMÓRIA
Alguns personagens de Antonio Fagundes
Em Dancin’ days, como Cacá, contracena com Beatriz Segall
Na novela Velho Chico, encarnou o personagem Afrânio
Em O rei do gado foi Bruno Mezenga ao lado de Luana (Patrícia Pillar)