É típico da juventude o desejo de abraçar o mundo e se aventurar. Danilo Mesquita, que interpreta Carlos na segunda fase da novela Éramos seis (Globo), é assim. Primogênito de Lola (Gloria Pires) e Júlio Lemos (Antonio Calloni), vive às turras com o irmão, o rebelde Alfredo (Pedro Sol/Nicolas Prattes). Além desse papel, Danilo atuou em Spectros, série da Netflix que estreará em 2020, e rodou o longa Ricos de amor, atração do serviço de streaming sem data de lançamento definida. Não bastasse tudo isso, o baiano, de 27 anos, bate ponto na Beraderos, banda que faz parte do selo Nascimento Música, criado por Milton Nascimento e o filho dele, Augusto.
Você vem trabalhando com nomes importantes da TV, como a Gloria Pires. Como se sente?
É uma grande honra. Assim como tive com a Adriana Esteves e o Vladimir Brichta, com quem já contracenei, e tantos outros. A Gloria é uma querida, nos demos muito bem. O elenco mais jovem precisa estar preparado para caminhar com essa galera. Aproveitar para observar e aprender com eles. Isso é um sonho.
Em Éramos seis, Carlos é o filho de Lola que mais enfrenta problemas. O personagem tem uma carga diferente?
É, sei que vou sofrer um pouco. Aliás, já estou ficando craque nisso. Mas vai ser uma delícia. Nunca fiz nada daquela época, é uma oportunidade interpretar um personagem clássico, que veio de um livro e teve algumas adaptações para a TV. Fiquei bem feliz com a chance. E também ansioso, nervoso, com medo de não dar conta, mas isso é normal. Carlos é sério, o filho mais velho da família. Naquela época, isso vinha com certas responsabilidades: ser o homem da casa, dar certo, manter a moral e a ética. Além disso, tem o amor incompreendido, que foi embora e ele espera reviver. É um homem difícil para mim, porque sou bem brincalhão.
Você vive uma fase muito boa, com trabalhos importantes na Globo e na Netflix.
É muito louco isso. Parando para pensar, I Love Paraisópolis foi minha primeira novela e já era um bom papel. Cheguei na Globo bem e, logo depois, fui para a Record. Fiz uma participação em 3%, na Netflix, e foi intenso quando voltei para a Globo para fazer Rock story. Foi o personagem que fiz melhor, o que mais me emocionou, por questões de família. Depois, tive a sorte de ganhar o Valentim em Segundo sol, o trabalho que mais me projetou. Aquela história se passava na minha cidade, Salvador. Falei do meu povo, isso foi extremamente importante.
O que o levou a assinar com a Netflix logo depois da projeção conquistada na Globo?
Foi uma oportunidade que surgiu. O ator tem de experimentar. Senti que deveria fazer outras coisas, até para melhorar como artista. Criar a minha casca, minha bagagem.
Como você concilia o trabalho como ator com a banda Beraderos?
Já vivi momentos em que gravava 12 horas por dia e, à noite, ia pegar o instrumento e ensaiar. É uma vida de louco, mas que pedi ao universo. Não posso reclamar. Tenho 27 anos e conquistei espaços muito legais, como trabalhar com alguns dos maiores atores do país. Hoje, canto com meu maior ídolo e referência musical, o Milton (Nascimento), que me dá toda a moral do mundo. Ele é muito fã de novelas e gosta bastante dos atores. É uma rotina cansativa. Não é fácil, mas é uma delícia.