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Estado de Minas

Paolla Oliveira diz que Jeiza, de A força do querer, é livre

Atriz destaca papel de sua personagem na reapresentação da trama das 21h na Globo e fala que ela representa o empoderamento feminino


18/10/2020 04:00 - atualizado 17/10/2020 19:54

Paolla Oliveira, a Jeiza de A força do querer, diz que sua personagem representa o empoderamento feminino e mostra como as mulheres não devem se intimidar(foto: Mauricio Fidalgo/TV Globo)
Paolla Oliveira, a Jeiza de A força do querer, diz que sua personagem representa o empoderamento feminino e mostra como as mulheres não devem se intimidar (foto: Mauricio Fidalgo/TV Globo)

"O que mais ficou para mim desse trabalho foi ver que eu era, sim, capaz de interpretar uma personagem forte como essa"


Dona de si dentro e fora de cena, Paolla Oliveira encanta na pele de Jeiza na edição especial de A força do querer. A novela das 21h da Globo foi um grande sucesso durante a primeira exibição, em 2017, e voltou a fazer barulho com tramas ainda atuais. Para a atriz, o poder da policial militar do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e lutadora de MMA (artes marciais mistas) está na liberdade de escolha que tem. Dessa forma, mostra como as mulheres não devem se intimidar diante dos obstáculos. 

Na entrevista a seguir, a paulistana de 38 anos fala sobre o empoderamento feminino de Jeiza, elege quais foram as cenas mais marcantes da personagem e conta como se adaptou para construir a policial e lutadora. Além disso, a atriz ressalta que pediu para o figurino não masculinizá-la e afirma ter ouvido de algumas pessoas que não conseguiria dar vida ao papel na trama de Gloria Perez.
Cena em que Jeiza (Paolla Oliveira) discute com Bibi Perigosa (Juliana Paes), que faz o papel de traficante(foto: Mauricio Fidalgo/TV Globo )
Cena em que Jeiza (Paolla Oliveira) discute com Bibi Perigosa (Juliana Paes), que faz o papel de traficante (foto: Mauricio Fidalgo/TV Globo )

Nos últimos anos, o movimento de empoderamento feminino vem crescendo. Como você vê a Jeiza representando a força das mulheres na novela?
Quando criei a Jeiza, fui estudar a profissão de policial militar e a questão do MMA. Isso parecia tão distante, mas, na hora que a gente começou a gravar, vi que essa mulher está aqui o tempo inteiro. Ela é livre para fazer o que quiser. Para mim, essa personagem continua representando a mulher brasileira, aquela que queremos ter como amiga, familiar, de bom caráter e profissional. A questão do poder dela vem da liberdade de escolha que está sendo falada mais ainda neste momento.

Quais cenas de A força do querer foram marcantes para você?
As subidas no morro. O Rubinho, personagem do Emílio (Dantas), me dava muito trabalho (risos). A novela foi intensa, mas também divertida. Os núcleos se falavam, eu encontrava um pouco com todo mundo. Tivemos cenas marcantes como o parto da Ritinha (Isis Valverde); a Jeiza resgatando crianças de um sequestro; a morte de um amigo policial gravada no Centro da cidade, num momento em que estávamos falando bastante sobre violência; e todas essas investidas no morro com cachorro. Precisei ter um desprendimento físico e emocional. Também teve a prisão de Sabiá (Jonathan Azevedo) e Bibi (Juliana Paes), que foram desgastantes.

Na época da primeira exibição da novela, você falou sobre a mudança de rotina com os treinos para fazer a Jeiza. De que forma essa personagem mudou você?
É inevitável que a personagem atravesse a gente. Ela usa algum artifício que é seu. As pessoas focam muito na transformação física, que foi o meu ponto de partida. Queria encontrar uma mulher diferente de mim e fui juntando características. As primeiras coisas que a Gloria (Perez, autora) me apresentou foram a profissão e o hobby, o MMA. A partir daí eu saí do caminhar da Paolla para encontrar a Jeiza. Agora, já não luto mais. Lembro-me de as pessoas me dizendo que não ia dar certo fazer uma policial e lutadora. Mas o que mais ficou para mim desse trabalho foi ver que eu era, sim, capaz de interpretar uma personagem forte como essa.

E como foi o processo de montar a aparência da Jeiza?
Existiu um movimento de construção de que figurino a mulher pode usar. Pediram-me para vestir capuz, mas quem diz que a personagem num contexto masculino tem que ser masculinizada? Então, sugeri tentarmos outras coisas, para a Jeiza ser diferente quando sai do trabalho. Toda pessoa é um conjunto de coisas que ela escolhe ser. Assim, consegui transformar opiniões. Essa mulher está mais presente do que imaginamos. Muitos passam por mim até hoje falando da Jeiza, dizendo que eu representei as mulheres. É legal que a mocinha esteja mudando, mas com alguns valores que não são alterados.

Que mensagem você gostaria que chegasse ao público com a novela?
A gente passou a nossa mensagem da melhor maneira que podia naquele momento, o que nos exigiu estudar coisas novas. Como eu conto isso e chego às pessoas? A Gloria também foi bem destemida ao colocar os assuntos ali de uma maneira que pudéssemos dar o recado. Mas como as pessoas estão em relação a isso hoje? O que realmente mudou? É interessante pensarmos o que realmente queremos e para onde caminhamos num momento em que os valores estão tão invertidos.

Qual é a cena que você mais quer rever?
Quero rever alguma vitória de Jeiza no UFC (Ultimate Fighting Championship). Eu tenho umas oito vezes a mais de tempo gravado de cena do que foi realmente ao ar. Foram muitas porradas, saí do ringue ralada. Achava que o chão fosse lisinho, mas era áspero. Então, quero rever minhas habilidades no MMA.  


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