Para Dandara Mariana, a amizade de Marilda e Ritinha (Isis Valverde) em A força do querer ressalta a importância da sororidade. Na reprise das 21h da Globo, exibida originalmente em 2017, a personagem era cúmplice da filha de Edinalva (Zezé Polessa) em todas as circunstâncias. Empoderada, a atriz acredita que a reprise da trama de Gloria Perez mostra como a mulher não precisa depender financeiramente e emocionalmente de um homem. Na entrevista a seguir, a carioca de 32 anos fala da força feminina no folhetim; das novas interpretações que o público pode ter dos temas da novela e revela quais foram seus momentos mais difíceis na pele de Marilda.
A força do querer teve grandes personagens femininas. O que acha disso?
Acho muito importante A força do querer ter voltado nesse momento, por ser uma novela que traz a força das mulheres. Não penso que seja um folhetim feminista, mas mostra o poder delas. Isso fica evidente no papel da Isis (Valverde), a Ritinha. Seus desejos não estavam conectados a nenhuma dependência emocional com a figura masculina. Além disso, tinham pessoas fortes, como a Bibi (Juliana Paes), que também falavam sobre sororidade. A Marilda é a prova de que existe o amor e a irmandade entre mulheres.
Você acredita que o público tem um olhar diferente sobre os assuntos tratados nesta edição especial da novela?
Quando a gente assiste a um filme mais de uma vez, descobre outras camadas. Eu me pergunto como o público tem visto alguns temas da novela, por conta do cenário político muito fervoroso. As pessoas começaram a refletir. Mas, politicamente, estamos em um momento crucial, difícil, polarizado.
A força do querer fala sobre os desejos de cada pessoa. Que querer seu mudou de 2017 para cá?
No momento, só quero a vacina contra o novo coronavírus. De lá para cá, principalmente hoje, passando pelo que estamos vivendo, os meus quereres individuais passaram a ser coletivos. Refleti mais sobre o macro do que o micro. Quero um mundo melhor. Não só me realizar como atriz, mas estar inserida em uma sociedade que precisa caminhar para uma transformação, sair de um egocentrismo.
Para você, o que essa história criada por Gloria Perez tem de especial?
Além de a novela ser bem escrita, também sai do eixo Rio-São Paulo. A trama fala da cultura de Belém do Pará, mostra a diversidade e é cheia de questões que não haviam sido exploradas até então. Isso também gera curiosidade. Fala da história verídica da Bibi Perigosa, da simbologia da sereia com a Ritinha e tinha a conexão do elenco. (Estadão Conteúdo)