Jornal Estado de Minas

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Mulheres despontam como narradoras e comentaristas de futebol


Mulheres estão cada vez mais aparecendo dentro e fora dos gramados dos campos de futebol do país. Seja como jogadoras, comentaristas, apresentadoras, narradoras ou repórteres, todas batem um bolão. Um dos destaques vem da narração, com a mineira Isabelly Morais no comando das transmissões dos jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, na Band. Desde outubro do ano passado, a emissora paulista formou uma equipe só com mulheres para trabalhar na competição. E as conquistas também chegam ao basquete: em março, a ESPN realizou, pela primeira vez, transmissão 100% feminina de uma partida da NBA, com Natália Lara comandando a narração e Alana Ambrósio sendo responsável pelos comentários.





Como comentaristas, o número de mulheres também vem crescendo. As mineiras Mariana Spinelli, na ESPN, e Yara Fantoni, na Band, além de conduzir e apresentar os programas “Sportscenter” e “Terceiro Tempo”, respectivamente, comentam as transmissões de jogos de suas emissoras.

Em abril, o SBT assinou contrato com a comentarista e ex-árbitra de futebol Nadine Basttos. A contratação segue em linha com as ambições do canal de consolidar o futebol em sua programação, visto que a emissora de Silvio Santos já anunciou a aquisição dos direitos de transmissão da Copa Libertadores (temporadas 2021/2022), da Liga dos Campeões da Uefa (temporadas 2021/2024) e mais recentemente da Copa América 2021.

Após atuar como árbitra por 10 anos, Nadine se tornou, em 2017, a primeira mulher comentarista de arbitragem da TV brasileira. Agora no SBT/Alterosa participará tanto das transmissões dos jogos quanto dos programas e pautas sobre futebol. “É uma grande responsabilidade. Honrada e feliz por fazer parte desse novo projeto de esporte no SBT. Um novo desafio na minha carreira”, declarou.





Isabelly Morais foi a primeira mulher a narrar uma partida de Copa do Mundo na TV brasileira, pela Fox (foto: Arquivo pessoal)

PIONEIRISMO
Nascida em Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha, Isabelly conta que a família é ligada ao futebol, e que sempre tentou se envolver com diversas modalidades esportivas. Formanda em jornalismo, a mineira decidiu se especializar também na cobertura esportiva.

“Eu lembro que escrevi um livro ainda no ensino médio com crônicas de cada jogo do meu time em uma competição que ele participava. Aquilo me mostrou que meu caminho realmente era o jornalismo esportivo”, conta Isabelly.

Em 7 de novembro de 2017, Isabelly se tornou a primeira mulher a narrar um jogo de futebol na Rádio Inconfidência. A estreia na transmissão esportiva foi no jogo entre América e ABC, pela série B do Campeonato Brasileiro. “Com isso, minha carreira deu uma reviravolta. A Fox abriu processo para contratar mulheres que queriam narrar a Copa do Mundo. Eu, Renata Silveira e Manuela Avena foram as escolhidas e fui a primeira mulher a narrar um jogo de Copa na televisão brasileira”, conta a mineira.






AVANÇOS 
Agora na Band, a jornalista vê uma melhora significativa na representatividade feminina no jornalismo e no esporte. “É só olhar para o mercado. Quando comecei a narrar, não era um sonho, porque basicamente não tinha referência nenhuma. Narração foi um sonho que aprendi a sonhar. E hoje temos o grupo Globo com duas narradoras, a ESPN tem a Luciana Mariano, que foi a primeira a narrar futebol em 1997, e muitas outras que a gente vê surgindo Brasil afora. Agora é lutar para que mais mulheres conquistem este espaço”.

* Estagiário sob a supervisão da subeditora Tetê Monteiro