O papel de vilã caiu nas mãos de Bárbara Paz em “Além da ilusão”. Na novela das 18h da Globo, a atriz interpreta a ambiciosa e manipuladora Úrsula, que quer se casar com Eugênio (Marcello Novaes) para ganhar um sobrenome de peso e, futuramente, herdar a fortuna dele. Dona de um passado misterioso, a mãe de Joaquim (Danilo Mesquita) é capaz de passar por cima de qualquer pessoa em nome dos interesses dela e do filho. Na entrevista a seguir, a atriz gaúcha, de 47 anos, fala sobre as vilanias de Úrsula e analisa as atitudes da personagem na novela de Alessandra Poggi. Bárbara ainda comenta sobre os jovens talentos do elenco e o que diferencia a mãe de Joaquim das outras vilãs que interpretou.
Você acha que durante a trama as pessoas conseguirão ver um lado mais humano da Úrsula?
Dependendo do ponto de vista, a Úrsula é uma vilã. Todo ser humano, porém, tem um coração. No começo, ela é uma mulher muito misteriosa, ninguém sabe sobre o passado dela. Chega nessa família como uma espécie de governanta e cuida do Eugênio como se fosse esposa dele. A personagem trabalha na casa, mas quer ser da família. É ambiciosa e apaixonada por esse homem, mas ainda mais por dinheiro e ter um nome.
Como você analisa as atitudes dela?
Não a vejo como uma pessoa bipolar, mas está focada no que quer, tem muitos lados. Todo mundo tem um pouco de vilania e a Úrsula busca o que deseja. Não vai sossegar tão cedo. Mas também joga com essa coisa do humor... Ao longo da história, será desvendado quem ela é e o que está fazendo ali.
"A Úrsula é vilã de um folhetim de época, que te permite o lúdico... É bom rever por onde a gente começou, a libertação da mulher nos anos 1940"
Bárbara Paz, atriz
Na primeira fase, você contracenou com jovens que estão começando a carreira, como Thiago Voltolini e Sofia Budke. O que dizer desta nova geração de atores?
Os jovens têm um frescor, uma espontaneidade que é primorosa. É uma troca, porque alimenta a gente. Ninguém está ali à toa. Essa geração parece saber tudo e é uma enciclopédia. Isso passa para o público, que se identifica.
A sua última novela foi “O outro lado do paraíso”, que ficou em cartaz na TV Globo de 2017 a 2018. O que diferencia a Úrsula das outras vilãs que você fez?
Estou muito feliz de voltar às novelas. São quatro anos longe, então achei que não sabia mais fazer. É um prazer atuar. A Úrsula é uma vilã de um folhetim das seis de época, que te permite o lúdico. Procuro fazer algo mais suave e não só a bruxa má. É bom rever por onde a gente começou, a libertação da mulher nos anos 1940. É diferente, porque posso experimentar coisas novas, como em todo trabalho. Estou buscando mais uma vilã aqui dentro.