Debora Ozório é quem está por trás da força da jovem Olívia em “Além da ilusão”. A atriz, de 25 anos, dá vida à tecelã e líder dos operários da fábrica na novela das 18h da Globo. Na trama, a filha de Fátima (Patricia Pinho) e Benê (Claudio Jaborandy) luta por mais direitos trabalhistas e bate de frente com Joaquim (Danilo Mesquita), quando discorda das atitudes do vilão.
"A Olívia é uma mulher que procura seu lugar no trabalho, no amor e na família. Então, esses conflitos pelos quais todo mundo passa já trazem as pessoas para perto. A época dos anos 1940 é a cereja do bolo, diferente de hoje, mas tem muitos pontos em comum com a atualidade", comenta.
Olívia tem Davi (Rafael Vitti) como aliado por melhores condições de trabalho. Além disso, a personagem se aproxima do jovem padre Tenório (Jayme Matarazzo), que também é um grande defensor dessa causa e amigo dos funcionários da fábrica. Então, ela se apaixona pelo vigário e vive um amor platônico.
"A relação com padre Tenório é de propósitos parecidos, de troca e um olhar para os outros. Eles sentem identificação porque pensam de forma parecida. Porém, ela acaba se apaixonando. Para a Olívia, o amor não pode ser proibido", conta.
Antes mesmo da estreia de “Além da ilusão”, Debora recebeu comentários nas redes sociais sobre o romance entre Olívia e Tenório ser parecido com Estela (Lavinia Vlasak) e padre Pedro (Nicola Siri), de “Mulheres apaixonadas” (Globo, 2003). Segundo a intérprete, ela não ficou presa às semelhanças, apesar de entender por que as pessoas associaram os personagens aos do outro folhetim.
MACHISMO
"Assisti a algumas coisas de 'Mulheres apaixonadas', mas não muito, porque eu era criança na época. Cheguei a rever cenas por causa dessa relação que a galera da internet faz, porém a história da Olívia com o padre Tenório é diferente", afirma.
Embora retrate outra época, a novela traz temas ainda atuais para serem discutidos, como enfrentar o machismo dentro do ambiente de trabalho. De volta a Globo depois de ter participado de “Filhas de Eva”, gravada entre 2019 e 2020, mas disponibilizada aos assinantes do Globoplay em 2021; e de “Gênesis” (2021), na Record, a intérprete avalia a importância da luta das mulheres por independência e propõe debater o tema com o público a partir de Olívia.
"O ponto em comum com o qual os jovens podem se identificar e refletir bastante é o da busca por seu lugar no mundo. Além da Olívia, os outros personagens são bem construídos e com personalidades diversas", ressalta.