A premiada obra literária de Lygia Fagundes Telles, que morreu no último 3 de abril, aos 98 anos, é tema de episódios de duas séries documentais – "Imortais da Academia" e "Mestres da literatura" –, que estão disponíveis nas plataformas de streaming TamanduaTV (tamandua.tv.br) e CurtaOn! – Clube de Documentários no Now e na internet (curtaon.com.br).
A escritora, celebrada por seus romances e contos, integrou a Academia Brasileira de Letras (ABL) e ganhou os mais importantes prêmios de literatura em língua portuguesa, como o Jabuti e o Camões.
No episódio "Cadeira 16: Gato na cadeira de veludo azul", da série "Imortais da Academia", dirigida por Belisario Franca, os escritores Antonio Dimas e Lya Luft dão depoimentos sobre o estilo de Lygia.
“Por que ler a Lygia?", pergunta Lya, para responder em seguida: "Primeiro para ter uma extraordinária e encantadora lição de linguagem. Você começa a amar mais a sua língua, se ler a Lygia. Segundo, para penetrar num universo em que se vasculha a alma humana de uma maneira muito perspicaz, muito sofisticada, muito fina e muito humana".
Por sua vez, Dimas chama a atenção dos leitores para o foco das narrativas da autora: "Ela vai no detalhe. Esse narrador da Lygia vai sempre no mais inesperado".
Já em “Mestres da literatura", de 2007, no episódio batizado com o nome da escritora, é possível conhecer mais da biografia de Lygia. "Aprendi muito na faculdade de direito sobre as desigualdades sociais, os sentimentos de justiça e liberdade", diz ela.
LÉSBICA
Em seu primeiro romance, "Ciranda de pedra", ousou ao criar uma personagem lésbica. O ano era 1954."Era muito jovem quando escrevi 'Ciranda de pedra'. Estava casada nesse tempo e falei para meu marido: tem tanto preconceito com as lésbicas. Ele disse: 'Mas ela é? Então, siga adiante!"', contou Lygia, numa das entrevistas resgatadas pelo diretor de “Mestres da literatura”, Bruno Carneiro.