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Estado de Minas CINEMA

Imre Kertész, Nobel de Literatura, tem vida e obra revisitadas em filme

Documentário 'Desterro - A poiesis de Imre Kertész' estreia na próxima quinta-feira (11/8), no Curta!


07/08/2022 04:00 - atualizado 06/08/2022 23:08

O escritor Imre Kertész olha para a câmera
Judeu sobrevivente do Holocausto, Imre Kertész levou o sentimento do deslocamento para sua literatura (foto: François Guillot/AFP)


Imre Kertész (1929-2016) foi o primeiro autor húngaro a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 2002. Judeu, sobrevivente do Holocausto – fora enviado aos 14 anos ao campo de concentração de Auschwitz e depois para o de Buchenwald –, sua escrita é marcada pelo tema do deslocamento, o sentimento de se sentir alheio ao mundo e a si mesmo. O documentário inédito “Desterro – A Poiesis de Imre Kertész” chega ao Curta! e ao Curtaon! – Clube de Documentários para revisitar sua obra e sua trajetória, na próxima quinta-feira (11/8), às 23h.

O filme, conduzido e narrado pelo diretor José Alberto Cotta, mostra que o “desterro” acompanhou o autor desde a infância, quando fora enviado para um colégio interno após o divórcio dos pais. Para se aprofundar nos impactos desse sentimento na obra de Kertész, Cotta vai a Budapeste para investigar a trajetória dele in loco.

Kértesz dizia nunca ter se sentido acolhido em toda a sua vida: como judeu, sofreu perseguições sobretudo durante o período nazista; e, mesmo entre os judeus, não se achava bem-aceito, por não ser religioso. Além de suas questões pessoais, vivenciou períodos turbulentos na vida política europeia mesmo após a Segunda Guerra.

Dança poética 

Para ajudar a contar a história do escritor húngaro e a descrever sua obra, são utilizadas imagens de arquivo. Trechos de seus escritos são narrados pelo diretor. Como recurso poético, o filme traz inserções da coreografia “Amanhã é outro dia”, executada pela bailarina, coreógrafa e professora de dança Angel Vianna.

No documentário, também são entrevistados artistas, autores e especialistas. 

O escritor László Földényi, amigo de Kertész, descreve sua sensação diante da obra do autor húngaro: “Sempre que eu o leio, tenho o sentimento de que uma pessoa profundamente magoada está falando comigo. Não somente um grande escritor, mas alguém que pessoal e existencialmente é profundamente ferido”. 



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