Sergio Guizé vê Zé Paulino como um homem transformado, após perder o amor de Candoca (Isadora Cruz), em “Mar do sertão”. Na novela das 18h da Globo, todos pensam que o vaqueiro está morto depois de um acidente. Ele passa 10 anos longe da amada, que se casa com seu rival, Tertulinho (Renato Góes). Ao retornar à fictícia Canta Pedra, o protagonista pensa em fazer justiça social e no meio ambiente por conta do problema de seca da região.
"Zé Paulino quer que ela fique bem. Quando volta, existe uma falta de sentido na vida. Esse homem vai tentar ser importante para se segurar em alguma coisa. Antes, a existência dele era toda pautada no relacionamento com Candoca", avalia.
“Mar do sertão” fala de pessoas que superam dificuldades e aprendem a usá-las em um processo de crescimento. Zé Paulino retrata bem isso, quando precisa encarar que seu grande amor seguiu em frente, sem ele. O rapaz se verá ainda atravessado pelo sentimento e, então, disputará a mocinha com o vilão
"Essa figura feminina traz o frescor a ele. Tem a primeira fase solar, inocente e apaixonada. Mas, a partir do acidente, é como se Zé Paulino tivesse de reaprender a viver, depois do coma e do casamento de Tertulinho e Candoca", adianta.
Na trama, Zé Paulino ajuda o amigo Timbó (Enrique Diaz), que sofre ameaças de ter a terra desapropriada pelo prefeito Sabá Bodó (Welder Rodrigues). O político pretende construir um açude, o que faria coronel Tertúlio (José de Abreu) perder o domínio total sobre a água do lugar. Porém, o filho de Daomé (Wilson Rabelo) será peça fundamental na mudança de vida do marido de Tereza (Clarissa Pinheiro), que também contará com uma dose de sorte.
"Durante a viagem para as gravações, descobri um pouco daquela região do semiárido. Não estava acostumado com esse clima e os personagens estavam nascendo ali. Então, tentei achar a comunicação entre todos nós. Foi muito especial. O processo me ajudou bastante na composição", relata.
Guizé não teve muito tempo de preparação: substituiu Romulo Estrela, remanejado para a próxima novela das 21h da Globo, “Travessia”. Porém, logo se encantou pelo texto de Mario Teixeira e quis fazer parte do projeto, por ter temáticas importantes.
"Comecei a me preparar faltando um mês para gravar. Tive um encontro com Allan (Fiterman, diretor) e Isadora (Cruz), além de ler os capítulos em dois dias. Estava em casa, achando que ia fazer algo no teatro, quando me chamaram. Me apaixonei pela trama, que trata de assuntos tão atuais e necessários, como meio ambiente e corrupção. Também me deparei com um elenco maravilhoso", afirma.