José de Abreu simboliza a elite de Canta Pedra em “Mar do sertão”, na pele de Tertúlio. Na novela das 18h da Globo, o ator dá vida ao dono do único açude da cidade, que sofre com as secas.
"A grande esperança do coronel é que Tertulinho, esse cabra estragado pela mãe, se transforme. O filho é almofadinha, um sujeito de caráter maleável. Não é um criminoso, mas um amoral", observa Abreu.
Apesar de ter nutrido profunda admiração por Zé Paulino no passado, Tertúlio passa a odiá-lo. O coronel se sente traído pelo ex-noivo de Candoca (Isadora Cruz) e se recusa a negociar com ele. Influenciado por Deodora (Debora Bloch), o homem pensa em atrapalhar os planos do mocinho da novela.
Um toque de comédia
"A gente não pode esquecer essa coisa da comédia. Ela existe na relação com a esposa e também com Zé Paulino. É uma novela leve. Não faço humor desde 'Avenida Brasil' (Globo, 2012). Só tinha estado em tramas sérias, e agora estou com uma comediante como Debora Bloch ao meu lado", celebra Abreu.
De acordo com o intérprete de Tertúlio, parte interessante do trabalho é apresentar ao público, em uma geografia inventada, situações reais da sociedade brasileira.
Em mais de quatro décadas na televisão, José ressalta que conhece bem o universo sertanejo nordestino e com pitadas de comédia. Afinal, esteve em folhetins como “Tieta” (Globo, 1989-1990), “A indomada” (Globo, 1997) e “Porto dos milagres” (Globo, 2001).
Em mais de quatro décadas na televisão, José ressalta que conhece bem o universo sertanejo nordestino e com pitadas de comédia. Afinal, esteve em folhetins como “Tieta” (Globo, 1989-1990), “A indomada” (Globo, 1997) e “Porto dos milagres” (Globo, 2001).
"Quando o Allan (Fiterman, diretor) me mandou a sinopse, fiquei impressionado com a escrita do nosso autor, Mario Teixeira. O que me encanta em novelas é isso: criar uma cidade que não existe e trazer essa realidade para o universal, quando junta o delegado, o prefeito, o vaqueiro", comenta.
"Tenho a impressão de estar fazendo uma obra de arte, criando algo e convencendo o povo de que isso existe. Representamos um universo brasileiro muito rico"
José de Abreu, ator
Em Canta Pedra, Tertúlio faz parte da turma de poderosos que oprime os mais pobres. Como se trata de obra aberta, ele não sabe para que lado a trama vai caminhar.
"Esse nome, Canta Pedra, tem um significado, porque pedra cantada é você dizer que alguma coisa vai acontecer. A novela cria um universo quase fabular. É uma realidade fantasiosa e me inspira muito. Tenho a impressão de estar fazendo uma obra de arte, criando algo e convencendo o povo de que isso existe. Representamos um universo brasileiro muito rico", afirma o ator.