"O Pinóquio grava muito, chego a fazer 20 cenas por dia, e elas são muito intensas. As gravações chegam a ir das 14h às 20h. Mas adoro"
João Pedro Delfino, ator
Fã de super-heróis e dos atores Jack Black e Tom Holland, o belo-horizontino João Pedro Delfino, de 15 anos, estreou na televisão como Pinóquio, o boneco robô da novela “Poliana moça” (SBT/Alterosa), que conquistou o público e trouxe curiosidade pela caracterização. De acordo com ele, o desafio e toda a maquiagem fizeram com que fosse preciso “reaprender a atuar”.
Delfino recebeu o papel em janeiro de 2020, na semana de seu aniversário. Mas, com a chegada da pandemia, as gravações para a maior parte do elenco começaram em setembro de 2021, enquanto para ele o início ocorreu apenas em novembro.
“Foram 11 testes realizados semanalmente até chegar no resultado final do personagem”, recorda o jovem ator.
João Pedro afirma que foram semanas de uma preparação intensa que contou com acompanhamento de psicólogo e fonoaudiólogo, além de treinos para mudar sua voz e as expressões corporais e faciais.
“Fiquei um tempo usando tampão de ouvido para ouvir minha voz. Quando estou com a maquiagem, não consigo me ouvir direito”, diz.
No início das gravações, a caracterização chegava a demorar três horas e meia. Agora, com novas técnicas, a equipe consegue fazer a transformação em 100 minutos. Porém, Delfino reforça que esta demora não é problema para ele.
“Foi muito tranquilo, sou muito paciente, mas também criei afinidade muito grande com a Bruna e o Denilson, que são os maquiadores. Viramos quase uma família”, acrescenta ele, que aproveitava o tempo na maquiagem para estudar cenas e até tirar um cochilo.
Redes sociais
Por certo tempo, as pessoas não o reconheciam nas ruas devido à caracterização. Na verdade, os fãs começaram a chegar pelas redes sociais.
“Nos últimos capítulos do Pinóquio com a maquiagem, algumas pessoas já conseguiram me reconhecer. Agora com ele 'menino de verdade', todo mundo já conhece meu rosto real.”
Apesar de Pinóquio ser o primeiro papel na TV de Delfino, ele já chegou ao SBT com experiência em atuação.
Em 2019, fez “Escola do Rock – O musical”, inspirado no filme “Escola do Rock” (2003). Em 2020, deu vida a Charlie, protagonista do musical “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate”.
“Em 'Escola do Rock', vim (para São Paulo) basicamente sozinho e ficava cada dia com uma tia. Minha família é muito grande”, relembra.
Delfino diz que a vontade de atuar veio cedo, aos 9 anos ele já fazia cursos de teatro. “Comecei pela música, queria tocar violão, mas não alcançava os acordes, então comecei pela bateria. Com 6 anos, passei a atuar em casa, fazendo filmes inspirados nos meus favoritos”, conta o fã dos longas do Homem-Aranha.
O jovem mineiro se divide entre escola, gravações e passeios com os amigos que fez na capital paulista. “O Pinóquio grava muito, chego a fazer 20 cenas por dia, e elas são muito intensas. As gravações chegam a ir das 14h às 20h”, comenta. “Mas adoro, gosto de rotina cheia.”
Ao falar do futuro, diz que ainda não pode revelar convites ou planos, pois tudo está muito no início.
Delfino quer prosseguir como ator e explorar mais gêneros, como filmes de heróis, comédias e musicais. “Gosto de personagens muito diferentes de mim, que façam com que eu tenha experiências que não tenho na vida real.”
Quanto a Pinóquio, Delfino reforça que “o mais esperado ainda está por vir”. O personagem vai encontrar seu criador, Otto (Dalton Vigh), e fazer participações especiais em outros programas do SBT, como “The noite”, com Danilo Gentili.