Oito personagens “assassinados”. Foi a decisão mais difícil que João Emanuel Carneiro teve que tomar quando soube que “Todas as flores” não iria mais substituir a novela “Pantanal” na faixa das 21h da Globo, como estava previsto.
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Jade Picon rebate críticas e avisa: ninguém vai impedi-la de sonhar'Todas as flores' estreia na quarta, com Sophie Charlotte como a cega MaíraMineiro João Pedro Delfino brilha como o boneco Pinóquio de 'Poliana moça'Letícia Colin revela dificuldade em viver a malvada VanessaYara Charry elogia 'Todas as flores' por dar destaque a personagens pretosJoão Emanuel e Carlos Araújo, diretor artístico da novela, participaram de entrevista coletiva durante o lançamento de “Todas as flores”, na semana passada, no Rio de Janeiro.
Enxugamento radical
O novelista desmentiu boatos de que teria ficado decepcionado com a decisão da emissora em antecipar “Travessia”, de Glória Perez, e colocar sua obra no streaming.
“Gostei, de verdade. Por duas razões: primeiro porque significou um desafio para mim. Uma coisa nova. Segundo por ter menos capítulos. Sempre achei 180 um número exagerado”, justificou o autor, que diz ter mudado um pouco a história.
“Tive que deixar a trama mais concisa e, por isso, aconteceram as 'mortes' dos personagens. Fui eliminando alguns núcleos, mas não mudei muito a história, não. A novela acabou ficando mais enxuta e, sinceramente, acho que isso vai acontecer daqui por diante”, afirmou ele, que dividiu “Todas as flores” em duas partes. A segunda estreia no primeiro semestre de 2023.
João Emanuel negou sentir pressão por estrear em momento conturbado, pouco antes do segundo turno das eleições presidenciais e às vésperas da Copa do Mundo do Qatar. Para ele, o problema maior continua sendo “Avenida Brasil” (2012), novela dele considerada um clássico da teledramaturgia.
Vale lembrar que o último capítulo de “Avenida Brasil”, exibido em 19 de outubro de 2012, esvaziou as ruas das maiores cidades do país e atingiu 51 pontos no Ibope (cada ponto equivalia a 60 mil domicílios na Grande SP na época). O final foi visto por 80 milhões de brasileiros.
“Até hoje, as pessoas falam de Carminha, Tufão e Nina. Sempre querem que você supere aquele sucesso. Enquanto isso não acontece, você segue trabalhando”, comentou o autor.