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Estado de Minas TELEVISÃO

João Emanuel Carneiro 'assassinou' oito personagens de 'Todas as flores'

Novela perdeu 65 capítulos ao migrar da Globo, onde substituiria 'Pantanal', para a plataforma de streaming Globoplay. Autor diz que gostou da mudança


30/10/2022 04:00 - atualizado 29/10/2022 22:52

João Emanuel Carneiro e Carlos Araújo, autor e diretor da novela Todas as flores, olham para a câmera. Ao fundo, há parede coberta de flores
O novelista João Emanuel Carneiro e o diretor artístico Carlos Araújo adaptaram novela 'Travessia' para o Globoplay (foto: Rafaela Cassiano/Globo)

Oito personagens “assassinados”. Foi a decisão mais difícil que João Emanuel Carneiro teve que tomar quando soube que “Todas as flores” não iria mais substituir a novela “Pantanal” na faixa das 21h da Globo, como estava previsto.

O autor ainda teve que cortar quase a metade dos capítulos planejados. Ao migrar da TV aberta para a plataforma de streaming Globoplay, a história passou de 150 para 85 capítulos. 

João Emanuel e Carlos Araújo, diretor artístico da novela, participaram de entrevista coletiva durante o lançamento de “Todas as flores”, na semana passada, no Rio de Janeiro.

Enxugamento radical

O novelista desmentiu boatos de que teria ficado decepcionado com a decisão da emissora em antecipar “Travessia”, de Glória Perez, e colocar sua obra no streaming.

“Gostei, de verdade. Por duas razões: primeiro porque significou um desafio para mim. Uma coisa nova. Segundo por ter menos capítulos. Sempre achei 180 um número exagerado”, justificou o autor, que diz ter mudado um pouco a história.

“Tive que deixar a trama mais concisa e, por isso, aconteceram as 'mortes' dos personagens. Fui eliminando alguns núcleos, mas não mudei muito a história, não. A novela acabou ficando mais enxuta e, sinceramente, acho que isso vai acontecer daqui por diante”, afirmou ele, que dividiu “Todas as flores” em duas partes. A segunda estreia no primeiro semestre de 2023.

João Emanuel negou sentir pressão por estrear em momento conturbado, pouco antes do segundo turno das eleições presidenciais e às vésperas da Copa do Mundo do Qatar. Para ele, o problema maior continua sendo “Avenida Brasil” (2012), novela dele considerada um clássico da teledramaturgia.

Adriana Esteves está agachada e chora enquanto Murilo Benício, em pé, a repreende severamente em cena da novela Avenida Brasil
Casal Carminha (Adriana Esteves) e Tufão (Murilo Benício) conquistou o público, que cobra de João Emanuel outra "Avenida Brasil" (foto: Matheus Melo/Globo)


Vale lembrar que o último capítulo de “Avenida Brasil”, exibido em 19 de outubro de 2012, esvaziou as ruas das maiores cidades do país e atingiu 51 pontos no Ibope (cada ponto equivalia a 60 mil domicílios na Grande SP na época). O final foi visto por 80 milhões de brasileiros.

“Até hoje, as pessoas falam de Carminha, Tufão e Nina. Sempre querem que você supere aquele sucesso. Enquanto isso não acontece, você segue trabalhando”, comentou o autor. 



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