Rodrigo Lombardi gosta de interpretar cada nuance da personalidade de Moretti em “Travessia”, novela das 21h da Globo. Na trama, o empresário do ramo da construção civil já foi sócio de Guerra (Humberto Martins), mas se envolveu com Débora (Grazi Massafera), noiva dele, o que levou ao rompimento da parceria comercial e da amizade entre os dois.
Leia Mais
Jade Picon rebate críticas e avisa: ninguém vai impedi-la de sonharGiovanna Antonelli diz que põe 'o corpinho para o jogo' em 'Travessia''Travessia' estreia na Globo expondo o lado bom e o lado ruim da internetRomulo Estrela diz que o amor pode transformar Oto, em 'Travessia'Excesso de agrotóxicos deflagra vingança em 'Mar do sertão'Nesta entrevista, o ator paulistano, de 46 anos, fala sobre o novo folhetim das 9 e de sua participação no final de “Verdades secretas 2”, atração disponível no Globoplay também exibida pela TV Globo.
Em “Travessia”, os personagens fogem dos estereótipos de vilão ou herói, sendo um pouco de tudo. O que acha disso?
Essa novela é um retrato fiel da vida real. Terá o momento em que os personagens vão precisar quebrar regras, ir de encontro à sua ética, moral, valores e costumes. Vão usar aquela máxima de que os fins justificam os meios e cair na dúvida das pessoas, porque todo mundo é assim. Todos nós já fomos mal interpretados, erramos e machucamos alguém. O público consegue se reconhecer e refletir.
Um dos temas abordados são as fake news. Você acredita que esse debate pode contribuir para abrir os olhos do público?
Fake news sempre existiram, só que agora digitalizaram. Assim, se espalham com mais velocidade. As informações também são divulgadas com facilidade. Então, cabe a nós estarmos antenados. Pode trazer uma angústia para a gente de achar que não sabemos nada. De acreditar, em algum momento, que uma notícia falsa era verdade e levar aquilo adiante para, no final, descobrir que estava errada. Isso gera depressão, ansiedade, uma série de coisas que retratamos na trama.
Como funciona a relação do Moretti com o Oto em “Travessia”?
O Oto é alguém que o Moretti contratou há muito tempo. É o cara que já hackeou o meu personagem. Em vez de prendê-lo, ele o contrata, porque é inteligente e vê o potencial. Essa parceria dos dois sempre foi tranquila. Mas Moretti coloca o rapaz para fazer serviços que não fazia mais. Você vê que todo mundo tem o seu momento de vilania e é posto em xeque.
Como foi gravar em Portugal?
Foi incrível! Eu quase me mudei para Portugal. Amo o Brasil, mas me arrependo de não ter vivido essa experiência lá. Ainda quero passar um tempo no país. Se eu pudesse me aposentar hoje e ficar o resto da minha vida em algum lugar, seria em Portugal.
Sua última novela foi “A força do querer”, também de Gloria Perez, em 2017. Estava com saudade do formato?
Não sei se a palavra saudade é a certa, porque eu não parei de atuar, que é o que amo fazer. Mas estava sentindo falta de contar uma história em 200 episódios. Quando faço uma novela, é um ano em que a gente forma essa família e, de repente, em uma sexta-feira, quando acaba o último capítulo, não sei o que fazer no sábado.
Nesse período longe das novelas, durante a pandemia, a quais atividades você se dedicou?
Eu tive de aprender a cozinhar, a costurar, a desenhar, fiz curso de dança, de idioma e entrei em um grupo de atores por videoconferência. Consegui me manter produtivo, mas também aprendi que o ócio pode ser criativo. A partir de agora, cada vez mais, a gente precisará disso. O estresse é a doença do século, (a síndrome de) Burnout em jovens é crescente e começamos a perceber que não vai acabar. Então, temos de achar maneiras de conviver com essas coisas.
Em “Verdades secretas 2”, você voltou a interpretar o Alex. Agora, em “Travessia”, Alexandre Nero e Giovanna Antonelli também estão reprisando os antigos papéis de “Salve Jorge”, o advogado Stenio e a delegada Helô. O que acha desses retornos?
Se parar para pensar, a gente não faz (risos). Eu, no set de gravação, fico vendo o quanto é lindo o resgate do Nero tentando lembrar como ele fazia o Stenio, a fim de ter uma linha de raciocínio do personagem. Falei com ele que, se me pedissem o mesmo, eu não sei se saberia executar. Quando me convidaram para filmar o final de 'Verdades secretas 2', que era só um plano e não tinha nenhuma fala, não sabia se conseguiria fazer. Não lembrava como interpretar o Alex.