O centenário de nascimento de Flavio Cavalcanti, lenda da televisão brasileira, é comemorado neste domingo (15/1). Apresentador do SBT, a emissora saiu do ar em 26 de maio de 1986, dia de sua morte, aos 63 anos. Foi a forma encontrada por Silvio Santos para homenagear o polêmico e carismático Flavio, que tivera isquemia coronariana, quatro dias antes, enquanto comandava o programa que levava seu nome.
Flavio Cavalcanti, Chacrinha (1917-1988) e Silvio Santos, de 92 anos, formam o trio de ícones da televisão brasileira no século 20. Pioneiros, os três criaram atrações que conquistaram milhões de telespectadores durante anos.
Gostava de sensacionalismo. Entrevistou Tenório Cavalcanti, o poderoso chefão da Baixada Fluminense, e o médium Seu Sete da Lira. Criou bordões, como o famoso “nossos comerciais, por favor”. A Globo estreou o “Fantástico”, em agosto de 1973, para concorrer com ele.
Apoiador do golpe e protetor de Leila Diniz
Conservador, apoiou o golpe militar de 1964, mas segundo o filho, Flavio Cavalcanti Junior, autor do livro “Senhor TV” (Matrix), afastou-se dos generais por causa da censura e da tortura. Desagradou aos donos do poder ao esconder em casa a atriz Leila Diniz, ameaçada de prisão.
Flavio foi obrigado a sair do ar por dois meses pelo Departamento de Censura Federal quando exibiu reportagem sobre um mineiro, vítima de impotência sexual, que “emprestou” a mulher a outro homem. O caso havia sido noticiado pelo Estado de Minas e Diário da Tarde.
Em 1973, ele levou os três e o delegado do caso a seu programa, mas aquele triângulo não agradou aos donos do poder . Durante a punição, a atração foi comandada por Flavio Jr. Marcia de Windsor, Erlon Chaves e Sérgio Bittencourt, entre outros jurados do "Programa Flavio Cavalcanti".