Quem assistia à TV aberta no início dos anos 2000 possivelmente se recorda do sucesso astronômico de cinco meninas reunidas no show de talentos “Popstars”, na emissora de Silvio Santos. Entre as estrelas do Rouge, que veio a se tornar o maior girl group do país, estava Karin Hils, a cantora, compositora e atriz que vive a personagem Glaucia em “A infância de Romeu e Julieta”, novela exibida na faixa das 20h45 no SBT/Alterosa.
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Karin elogia sua cômica e amargurada personagem. “Acho que fui escolhida para o papel justamente por ter essa veia cômica. Como é uma novela infantil, não dá para ser má, é uma vilã humanizada. Inclusive, acho que a Glaucia tem todos os motivos para agir da forma como ela age. Eu a defendo bastante”, afirma a atriz.
Papel desafiador
Sobre estar no elenco de “A infância de Romeu e Julieta”, Karin afirma que está interpretando “o papel mais desafiador” de sua carreira. “Diferente, mas delicioso. Todos os dias descubro algo novo e isso me estimula como artista”, afirma.
Com 44 anos e mais de 20 de carreira, Karin Hils hoje se vê como representante dos sonhos de muitas crianças negras do país, seja pelo Rouge ou pela novela do SBT/Alterosa.
“Há alguns anos, eu pouco pensava nisso. Na verdade, acho que a gente não foi nem educada para pensar a respeito disso. Hoje, percebo e ajo de forma diferente”, comenta.
Antes de “A infância de Romeu e Julieta”, a atriz viveu a noviça Irmã Fabiana, em "Carinha de anjo", também no SBT/Alterosa.
Em 2011, fez sua primeira novela, “Aquele beijo” (Globo). A atriz também chamou a atenção ao interpretar a grande voz do dance musical norte-americano, Donna Summer. Ela fez o papel da estrela da era disco na adaptação brasileira do musical da Broadway, em cartaz de 2020 a 2022.
“Tive a sensação de que estava contando a minha própria história ali naquele palco, todos os dias”, explica Karen. No último ano, ela também se emocionou ao interpretar Alcione em “Marrom, o musical”, sobre os 50 anos da cantora maranhense.
Nascida em 1979 em Paracambi (RJ), Karin Pereira de Souza surpreendia os vizinhos com sua voz na infância. Os anos se passaram até entrar no “Popstars”, do SBT/Alterosa. Com ela, Aline Wirley, Fantine Thó, Li Martins e Lu Andrade, o Rouge venceu a primeira edição do programa.
O grupo, que acabou oficialmente em 2019, vendeu milhões de cópias dos álbuns “Rouge”(2002), “C'est la vie” (2003), “Blá blá blá” (2004) e “Mil e uma noites” (2005).
Com o hit “Ragatanga (Asereje)”, marcou gerações, cravou coreografias e coleciona 30 milhões de reproduções nas plataformas.
“É até redundante falar da importância do Rouge na minha vida. Foi o começo de tudo e sou muito grata”, diz a atriz e cantora.
Karin Hils continua investindo na música, em carreira solo. “Gosto de explorar muitas possibilidades na música, assim como em toda minha carreira. Sou eclética.”
Do Rouge às novelas, Karin já se considera vitoriosa: “Quando enxergo minha trajetória, acho bonita, porque é importante a gente se reconhecer e dar valor. Quero saúde para ter oportunidade de contar mais histórias e marcar presença com minha pele preta retinta em lugares onde as pessoas não estão acostumadas a nos ver”.
* Estagiária sob a supervisão da subeditora Tetê Monteiro