O exigente mundo do fora de estrada ganhou um vigoroso impulso com o lançamento do modelo CRF 250F. A motocicleta não é uma evolução da veterana CRF 230F, mas um modelo totalmente novo, desenvolvido pela engenharia nacional (com a bênção da matriz japonesa), que também será exportado para todo o mundo como modelo global. A robustez, característica da irmã CRF 230F (que não sai de linha), permanece, porém, com muita agilidade, equipada com um motor do tipo quatro tempos, refrigerado a ar, que fornece 22,2cv a 7.500rpm e torque de 2,28kgfm a 6.000rpm.
A mágica da transformação começa aí. O motor, equipado com partida elétrica, um cilindro, tipo OHC e 249,58cm³, agora é dotado de injeção eletrônica de combustível e com a mesma base do usado pela nova CB 250 Twister, entretanto, com ajustes para oferecer mais torque, acoplado a um câmbio de cinco marchas, com as três primeiras mais curtas. Uma combinação que distribui de forma mais homogênea e suave a força que vai para a roda traseira, permitindo dosar melhor o acelerador. O pacote conta ainda com inédito quadro, suspensões e freios.
PEGADA
O motor ficou surpreendentemente esperto, sem, contudo, ficar agressivo, produzindo uma relação peso/potência de 4,9kg/cv, contra 5,3kg/cv da CRF 230F, apesar do acréscimo de peso de 6kg (114kg a seco) em relação à CRF 230F. Um dos fatores para acúmulo na balança é o quadro, do tipo berço duplo, bem mais reforçado. Por outro lado, proporciona ergonomia que transmite leveza e sensação de controle, que reverte o maior peso com sobra. O banco a 883mm do solo também ajuda na hora de montar, uma constante no fora de estrada.
Outro fator fundamental nos modelos fora de estrada são as suspensões, em função da verdadeira tortura a que são submetidas. A CRF 250F tem na dianteira sistema convencional, não invertido, com 41mm de diâmetro e 240mm de curso, e na traseira, sistema mono, com 230mm de curso e ajustes na pré-carga. Um conjunto robusto e eficaz que aceita e absorve as pancadas, sem desestabilizar a pilotagem. Uma maior sofisticação (sempre desejável neste segmento), porém, elevaria o patamar a níveis incompatíveis com a proposta econômica de lazer e entrada da CRF 250F.
CONJUNTO
O visual segue o padrão da família CRF, que vai até 450, com linhas esguias, um predicado nas fora de estrada, e decoração exclusivamente em vermelho. A CRF 250F também conta com farol e chave de contato, mas não tem painel, apenas luz de alerta para a reserva. Tudo sem complicação, ao feitio da utilização longe do asfalto, no off-road. Com a adoção da injeção eletrônica, o consumo de combustível também foi reduzido, permitindo a diminuição na capacidade do tanque, que fica entre as traves do quadro e tem capacidade para seis litros, contra sete litros da CRF 230F, ainda carburada.
Outro avanço bastante significativo é a adoção do freio traseiro a disco, do tipo wave, com 220mm de diâmetro. Na dianteira, um disco, também com formato wave, com 240mm de diâmetro e cáliper de duplo pistão. A frenagem é bem precisa e ponto importante na tocada. Contudo, o que mais se destaca na CRF 250F não é a eficiência de cada sistema isoladamente, mas o feliz “casamento” entre eles. Motor, quadro, freios, ergonomia e suspensões se entrosam em um conjunto que permite surpreendente performance e pilotagem extremamente fácil, com preço sugerido de R$ 14.990.
* Viajou a convite da Honda