Jornal Estado de Minas

Duas rodas / HARLEY-DAVIDSON SOFTAIL FXDR 114

Macio e veloz

Logo após ser lançada mundialmente, em meados de 2018, a Harley-Davidson Softail FXDR 114 também desembarcou no Brasil. A centenária marca americana, instalada oficialmente no Brasil, vem revolucionando sua linha, com a produção de moto elétrica, modelos com refrigeração a água, além de maior desempenho e emprego de eletrônica e equipamentos de última geração. A FXDR 114 segue essa concepção, com performance mais apimentada e visual inspirado nas drag bikes (motos de arrancada), e também para ocupar o espaço da ousada e futurista V-Rod, já descontinuada.


Curiosamente, porém, a linha softail (rabo macio) foi inspirada no passado, quando as motos tinham quadro rígido (hard tail), ou rabo duro, sem suspensão traseira. Para recriar com estilo essa época, sem castigar os pilotos do presente, o engenheiro Bill Davis desenvolveu de forma independente uma suspensão traseira camuflada, horizontal, embaixo da moto, simulando as antigas rabo duro. Logo depois, a própria Harley-Davidson encampou e modernizou o projeto, nascendo a linha Softail a partir de 1983. A nova FXDR segue a característica e ainda incorpora novas tecnologias.

BALANÇA Um dos principais avanços é a balança da suspensão traseira de alumínio. Bem mais leve, economiza nada menos que 4,6kg (10,9kg da balança tradicional, contra 6,3kg da nova), reposicionando também o único amortecedor traseiro, com 112mm de curso, ajustável na pré-carga, conservando, porém, a camuflagem da linha Softail. O pacote de inovações também está na suspensão dianteira, do tipo invertida, como nas esportivas, mas bastante “aberta” (alongando a distância entre-eixos), com tubos de 43mm de diâmetro e 130mm de curso.


O motor também é da nova geração, batizado de Milwaukee Eight 114, que homenageia com o nome a cidade de Milwaukee, no estado de Winconsin, onde a Harley-Davidson foi fundada há 115 anos; Eight (oito) para o número de válvulas; e 114 indicando o volume em polegadas cúbicas, que corresponde a 1.868cm³ de cilindrada.

A arquitetura é a clássica da marca, com dois cilindros em V inclinados em 45 graus, com refrigeração a ar, auxiliada por óleo, com radiador frontal. O torque, entretanto, é o destaque, permitindo retomadas muito vigorosas: 16,3kgfm a apenas 3.500rpm.

ANDANDO A ergonomia exige pés e braços bem esticados, apoiados nos semiguidãos (semelhante ao modelo V-Rod), deixando também o corpo inclinado. O banco é confortável, mas do tipo egoísta, com lugar só para o piloto. Para o garupa, é necessário remover a cobertura da curta rabeta, que deixa praticamente a roda traseira descoberta. O motor fala alto e o quadro permite grandes inclinações nas curvas sem raspar (32,8 graus à direita e 32,6 à esquerda), ajudado pelo escape de saída única, mais alto, e pelo enorme pneu traseiro, com medida de 240/40 em aro de liga leve de 18 polegadas.


Entretanto, a grande distância entre-eixos (1.735mm) e o aro dianteiro de 19 polegadas são mais propícios para as retas. Os freios, com sistema ABS, contam com dois discos de 300mm na dianteira e um simples na traseira, de 292mm. Modernidades também na iluminação, com LEDs no farol (com microcarenagem), setas e farolete, além de painel com tela digital e tomada para recarregar aparelhos eletrônicos.

O peso a seco é de 289kg, mas o banco a somente 720mm do chão facilita o apoio dos pés, o embarque e desembarque. O preço sugerido é de R$ 80.200.

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