Jornal Estado de Minas

Duas rodas - HONDA CB 1000R

Café acelerado

Depois de ser apresentada como moto-conceito desenvolvida em cooperação entre Itália e Japão, e logo em seguida virar modelo de rua, a CB 1000R também desembarca no Brasil, com preço sugerido de R$ 58.690,00. O conceito adotado na elaboração da motocicleta foi batizado de Neo Sports Café. Algo como uma mistura das antigas Café Racers, criadas na Inglaterra nas décadas de 1950 e 1960, a partir de motos de linha, com motor aparente e “mexido”, além de aliviadas no peso e nos supérfluos, com muita esportividade e também com tecnologia e eletrônica atuais.


O resultado foi um desenho à moda clássica, naked, compacta, com os tradicionais farol e farolete redondos, além de tanque também arredondado, com elementos futuristas, como iluminação totalmente em LED, incluindo a luz de posição diurna, traseira curta, com suporte de placa ancorado na balança traseira, painel digital, rodas de liga leve com aros de 17 polegadas de diâmetro e motor de quatro cilindros em linha propositalmente exposto. Na parte invisível, um arsenal eletrônico, com mapeamento de motor, controle de tração e de freio motor.

EVOLUÇÃO A nova CB 1000R Neo Sports Cafe substitui a antiga CB 1000R, que saiu de linha em 2015, com estilo streetfighter mais agressivo e linhas vincadas, porém, o peso a seco foi reduzido em 9kg, passando para 199kg. Para tanto, foi adotado um quadro de uma trave central em aço, com o motor fazendo parte da estrutura, aumentando também a rigidez de torção, além do braço oscilante traseiro em alumínio, em vigoroso monotrave, que também contribui para o visual. O motor foi herdado da superesportiva CB 1000RR Fireblade, na configuração usada na geração anterior.


Para as novas funções, o propulsor de 998,4cm³ foi retrabalhado para ganhar mais torque em faixas de giros mais baixas. A potência atinge 141,4cv a 10.500rpm e o torque chega a 10,2kgfm a 8.000rpm. O resultado são fortes retomadas de velocidades, mesmo em sexta marcha, além de vigorosas saídas de curvas, aumentando muito o prazer na pilotagem.

Nas retas, a falta de carenagem e do para-brisa não é problema para o modelo “raiz” encarar a ventania. Contudo, a modernidade permite modular a pilotagem, conforme o estilo de tocada e tipo de piso.

ELETRÔNICA O motor conta com quatro mapeamentos: Rain, para chuva, Standard, Sport e User. Os três primeiros mantém posições prefixadas na interferência do controle de tração, potência e freio motor. O modo User, porém, permite que o piloto monte seu pacote, regulando livremente em até três níveis as funções, incluindo a possibilidade de desligar o controle de tração. Tudo monitorado pelo painel estilo blackout, de fácil manuseio, que também inclui computador de bordo e a possibilidade de personalização.


Uma luzinha no canto direito indica por meio de mudança de cores a marcha engatada e a hora de fazer as trocas, nas rotações selecionadas pelo piloto. A ergonomia, com pedaleiras mais recuadas e o guidão adiantado, deixa o corpo levemente inclinado, mantendo o conforto. A suspensão dianteira invertida com 120mm de curso tem dupla função.

Uma bengala é responsável pela compressão e a outra pelo retorno. Na traseira, sistema mono, com 131mm. Ambas Showa reguláveis. Os freios Tokico são superdimensionados, com ABS. Na dianteira, dois discos de 310mm, com pinças radiais de quatro pistãos, e na traseira disco simples de 256mm. Como medida de segurança, quando o freio é acionado bruscamente o pisca-alerta também entra em funcionamento.

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