A Honda XRE 300, modelo projetado para andar na cidade e no campo, completa 10 anos, e chega ao mercado, com a linha 2019 trazendo novo visual e menor peso, em três versões: Rally e Adventure (ambas R$ 18.971) e XRE 300 (R$ 18.473). Lançada em 2009, chegou com a dupla missão de suprir a ausência da Tornado 250 e da Falcon 400, que saíram de linha. Para tentar atender a freguesia de ambas, a solução foi ficar no meio, “na média”, com o inédito motor de 300cm³, que também equipou a street CB 300, igualmente descontinuada. Neste espaço de tempo, a XRE 300 ganhou um refinado sistema ABS, que atua inclusive na terra, e agora passa a ser de série.
A versão Rally tem ainda um grafismo inspirado nos modelos fora de estrada de competição da Honda (HRC), com predominância do vermelho, característica da marca. Porém, apesar do jeitão off-road, tem mais aptidão para rodar no asfalto mesmo. O banco, por exemplo, em vez de liso, tem ressalto para melhorar o encaixe e conforto do piloto, mas dificulta a movimentação na terra. Por outro lado, o aro dianteiro em alumínio tem 21 polegadas de diâmetro (o traseiro tem aro 18), que facilita na superação das irregularidades do piso, além de escape de saída alta e guidão mais elevado, favorecendo uma pilotagem mais ereta e confortável, como nas fora de estrada.
MODERNIDADES As mudanças do novo modelo incluem sistema de iluminação totalmente em LED no farol, lanterna traseira e setas, mantendo o útil lampejador. O desenho do conjunto dianteiro também foi alterado, seguindo uma tendência de estilo do segmento. O para-lama dianteiro superior, que tem efeito mais decorativo, ficou mais curto e recortado. A carenagem, retrovisores e laterais também foram modernizados, e o modelo ainda perdeu peso com o emprego de novos materiais. A redução foi de 5,4kg (148kg a seco, contra 153,4kg do modelo anterior), permitindo também uma melhor centralização das massas, gerando mais agilidade e dirigibilidade.
O painel é totalmente digital, com fundo escuro, e inclui além das informações de praxe relógio e o computador de bordo. A tampa do tanque de combustível, com capacidade para 13,8 litros, é esportiva, estilo aviação. Na traseira, o bagageiro já tem preparação para receber o bauleto, enquanto as alças de apoio para o passageiro são de alumínio. Os freios são a disco nas duas rodas, com sistema ABS. Na dianteira, o disco tem 256mm de diâmetro, com pinça de dois pistãos, e na traseira, 220mm. O ABS não tem a opção de desligar, e em situações de pilotagem na terra, o sistema, com processamento mais rápido, garante a dirigibilidade.
MOTOR O propulsor de um cilindro, equipado com injeção eletrônica e arrefecimento a ar, é flex e tem 291,6cm³. Abastecido com etanol, entrega 25,6cv a 7.500rpm e torque de 2,80kgfm a 6.000rpm. Quando abastecida somente com gasolina, a potência é de 25,4cv a 7.500rpm e o torque vai a 2,76kgfm a 6.000rpm. As diferenças são mínimas, mas as respostas são bem lineares, facilitando a tocada no trânsito, junto com um preciso câmbio de cinco marchas e bom ângulo de esterçamento do guidão. O motor manteve as características, mas a parte superior foi ajustada para manutenção mais espaçada.
Também característica das motos do tipo fora de estrada, as suspensões são de maior curso. Na dianteira, garfo telescópico não invertido com 245mm de curso. Na traseira, o sistema é mono, com 225mm de curso, ancorada em balança de alumínio. O quadro é em tubos de aço do tipo berço semiduplo, também característica das motos “aventureiras”. Porém, a altura do banco (860mm do solo) também fica mais elevada, o que pode dificultar em parte o embarque e desembarque. Os pneus de desenho misto têm medida de 90/90 na dianteira e 120/80 na traseira, mas garantem boa aderência no asfalto.