Jornal Estado de Minas

Adrenalina de fábrica


A marca Ducati nasceu em 1926, em Borgo Panigale, Norte da Itália. De lá para cá, sempre esteve envolvida em competições, para reafirmar a esportividade de seus modelos. Em 2011, lançou o modelo Panigale 1199, com o motor de dois cilindros mais potente do mundo, e a tradicional arquitetura de cilindros dispostos em L, que entregava 195cv. Em seguida, veio a sucessora, Panigale 1299, que acrescentou 10cv. Para aumentar a “tropa”, adotou a mesma configuração de motor usada nos protótipos do mundial de MotoGP, dobrando o número de cilindros, lançando a Panigale V4, com motor de quatro cilindros em V, inclinados em 90 graus e 1.103cm³.
O nome foi conservado em homenagem às origens, em Borgo Panigale, mas o modelo superesportivo mudou completamente. A Panigale V4, apresentada em 2017 e sucessora da 1299, atinge 214cv e chega a 226cv na versão Speciale, com kit de pista. Agora, a Ducati lança a nova V4 R, que é praticamente uma moto de competição homologada para rodar nas ruas.  A nova Panigale V4 R foi desenvolvida para se enquadrar nas regras do Mundial de Superbikes, que exige modelos até 1.000cm³ de linha nas competições. Dessa forma, com ajuda do Reparto Corse (departamento de competições), a Ducati reduziu o motor para 998cm³, mas vitaminou a potência.

CANHÃO O resultado nas pistas tem sido arrasador.

O modelo dominou todas as etapas, vencendo simplesmente as quatro provas (rodadas duplas) até então, com o piloto Alvaro Bautista. Essa mesma moto está à venda no Brasil por R$ 250 mil. O candidato, se quiser levá-la para sua garagem, deve fazer a reserva, com sinal de R$ 50 mil e mesmo assim esperar até outubro para receber o modelo. Em contrapartida, recebe adrenalina de série. O interessante é que a Ducat (apesar de controlada por grande grupo do segmento automotivo) não tem altos volumes de produção, se comparada às gigantes japonesas, e mesmo assim compete em alto nível.
O pacote da nova Panigale V4 R inclui o mesmo tratamento aerodinâmico de pista, com direito às asas laterais para aumentar o chamado “down force” ou a pressão contra o solo. Também inclui larga utilização de fibra de carbono e tanque em alumínio escovado, com capacidade para 16 litros. O motor é o destaque, com quatro cilindros em V, batizado de Desmosedici Stradale, gera 221cv a 15.250rpm e torque de 11,5kgfm.
Com o kit de competições (especial para ser usado em pistas), composto de sistema de escapamento Akrapovic e remapeamento, a potência sobre para insanos 234cv a 15.500rpm, e o preço para estratosféricos R$ 291.472.

PACOTE O kit de competição também reduz o peso de 172kg para 165,5kg. Com isso, a relação peso/potência atinge a marca de 0,73kg para cada cavalo disponível. Na versão “normal”, a relação é de 0,77kg para cada cavalo. Para tanto, o motor conta com virabrequim em aço forjado, válvulas de admissão e bielas em titânio e pistãos em alumínio. Para pilotar, são três modos de condução: Race, Sport e Street. Tem ainda quickshifter de duas direções, controles de largada, de empinadas, de tração e de freio motor, além do Ducati Slide Control, que possibilita derrapagens controladas. Tudo controlado pela Unidade de Medida Inercial.
As suspensões são Ohlins plenamente ajustáveis, inclusive na altura do monobraço traseiro e no amortecedor de direção, e as rodas Marchesini forjadas. Os freios são Brembo, com pinças monobloco e sistema ABS com função cornering, para atuação mesmo em curvas.
Além disso, o painel é em tela TFT colorida de cinco polegadas totalmente ajustável. Para conferir a performance, o Ducati Data Abalizer (DDA), acoplado ao GPS, permite monitorar todos os parâmetros e trajetórias para análise de desempenho. A iluminação é inteiramente em LED e o quadro com partes em alumínio e rigidez otimizada.

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