Téo Mascarenhas
Apresentada durante o Salão de Milão, na Itália, de 1997, a Yamaha R-1 assombrou o mundo, elevando o nível do segmento das superesportivas em patamares próximos das motos de competições. Os modelos, já como 2020, mantiveram a proposta, com apresentação durante etapa do Mundial de Superbike, na pista de Laguna Seca, na Califórnia (EUA), em julho. São duas versões, que dividem a mesma plataforma e o motor de quatro cilindros em linha, inspiradas no modelo M1, que disputa do Mundial de MotoGP, recheada de eletrônica.
A versão R-1 “normal” e a versão M, que é uma race réplica, já frequentaram nosso mercado de forma oficial, importadas pela Yamaha, que, porém, frente à feroz concorrência, ocupando os espaços, tendem a voltar. A carenagem segue o visual desenvolvido nas pistas, camuflando os faróis. A impressão é que eles inexistem, como nas competições, mas ficam nas laterais, com iluminação em LED. A providência reduziu o arrasto, melhorando a eficiência aerodinâmica em 5%, resultando também em maior velocidade.
MOTOR O propulsor segue com a arquitetura de quatro cilindros em linha, com a configuração “Crossplane”. Um arranjo também usado nas pistas, que determina a ignição desnivelada dos pistãos em 270, 180, 90 e 180 graus, provocando muita força desde os giros mais baixos, além de um “barulho” não tão harmonioso como efeito colateral. Com 998cm³, a potência atinge 200cv a 13.500rpm e torque de 11,6kgfm a 11.500rpm, porém, ajustes nos bicos injetores, novo escape em titânio e refinamentos internos aumentaram a eficiência em relação ao modelo anterior.
Com acelerador eletrônico, a nova R-1 agora conta com três níveis de regulagem da atuação do freio motor. Além disso, a central de medição inercial de seis eixos, igualmente controla a frenagem com sistema ABS nas rodas. Uma para retas e outra para frenagens em curvas, sem alongar a trajetória. Também conta com sistema de largada que dosa a potência na medida certa, impedindo a moto de empinar na aceleração máxima. A eletrônica também permite que os ajustes possam ser feitos por meio de comunicação direta com o celular.
ELETRÔNICA A evolução está também no sistema de câmbio rápido (quick shift), que permite trocar as marchas, tanto para cima quanto nas reduções, sem usar a embreagem (que é assistida e deslizante), nos modos de controle de potência e de pilotagem, e também no controle de tração. Um pacote que pode ser monitorado pelo painel com tela em TFT (Thim Film Transistor) colorida, que também pode armazenar e mostrar dados como tempos de voltas. Acoplado ao GPS, mostra a trajetória e os parâmetros usados em cada volta.
A suspensão dianteira é Kayaba, com tubos de 43mm, e a traseira, mono (também Kayaba), ambas plenamente ajustáveis. O quadro é em alumínio e as rodas em magnésio. Os freios são duplos na dianteira, com 320mm de diâmetro, e o traseiro, simples, com 220mm. O modelo M1, ainda mais esportivo, conta com carenagem em fibra de carbono (mais leve) e suspensões eletrônicas Ohlins, que podem ser totalmente ajustáveis e adaptativas. Sensores leem o piso e vão regulando em milésimos, determinando o grau de atuação necessário.