Lançado em 1974, o Passat completa 45 anos de Brasil. Como o modelo fez sua estreia mundial na Europa apenas um ano antes, podemos considerar que o mercado brasileiro estava bem cotado nessa época. Mais que um novo modelo, sua chegada representou uma verdadeira mudança de paradigmas em relação ao Fusca e seus derivados, que traziam motor boxer resfriado a ar e tração traseira. Com motor dianteiro longitudinal refrigerado a água e tração no eixo dianteiro, o Passat surge tão moderno quanto seus concorrentes.
Mas, também pudera! O Passat foi baseado no sedã médio Audi 80, de 1972, marca que já pertencia ao Grupo Volkswagen. O modelo tinha desenho de Giorgetto Giugiaro, um fastback (misto entre sedã e cupê) de linhas retas, faróis circulares e grade preta emoldurada por um friso cromado. O para-choque cromado trazia as setas integradas. Na traseira, destaque para as lanternas horizontais. O motor 1.5 de quatro cilindros em linha tinha 78cv de potência e 11,5kgfm de torque, e trabalhava em conjunto com um câmbio de quatro marchas. A velocidade máxima era de 150km/h e a aceleração até os 100km/h era em 15,3 segundos.
No início, eram apenas duas versões, L e LS. O interior era espaçoso para passageiros e bagagem: de acordo com a VW, o porta-malas tinha volume de 450 litros. A vida a bordo ficou mais fácil com a introdução da carroceria de quatro portas em 1975, apesar da preferência nacional pelo design das duas portas. Outra opção interessante foi a carroceria de três portas, que trazia a tampa do porta-malas com o vidro traseiro integrado, que veio em 1976, melhorando o acesso ao compartimento, principalmente quando o banco era rebatido, para carregar objetos maiores.
Foi também em 1976 que a Volkswagen lançou a cobiçada versão TS (Touring Sport), com dois pares de faróis circulares e uma faixa lateral preta. O painel trazia volante esportivo e vários mostradores. O motor 1.6 fornecia 80cv de potência e máxima de 160km/h. Em 1978, chegou ao mercado a versão de luxo LSE, também com faróis duplos e motor 1.6, porém, equipado com ar-condicionado, apoio de braço central e encosto de cabeça no banco traseiro.
REESTILIZAÇÃO Em 1979, o Passat recebeu sua primeira reestilização: faróis retangulares com luzes de seta integradas, grade com friso cromado, para choques com apliques de plástico e nova lanterna. Nessa época, as duas motorizações receberam opção a álcool. Em 1982, o modelo ganhou outra reestilização, passando a trazer dois pares de faróis quadrados e grade mais baixa. As luzes de seta voltaram para o para choque. Toda a linha ganhou novo motor 1.6 e novo câmbio.
A versão TSE, mais conhecida como Passat Iraque, foi especialmente configurada para exportação ao país do Oriente Médio, mas acabou sendo vendida também no mercado brasileiro. Os iraquianos compraram cerca de 170 mil unidades do modelo, equipado com quatro portas, bancos revestidos em veludo na cor vinho, radiador de cobre e ar-condicionado mais potente.
Em 1984, a versão esportiva, então denominada GTS Pointer, recebeu motor 1.8. No ano seguinte, o modelo passou pela última reestilização, com destaque para os novos para-choques de plástico envolvendo toda a frente e a nova lanterna frisada. Nesse ano, o modelo finalmente passou a trazer câmbio de cinco marchas. A carroceria de quatro portas deixou de ser fabricada, assim como a de três portas, que já havia sido abandonada anos antes. Em 1986, a linha Passat adotou os motores AP 1.6 e 1.8. No fim de 1988, o modelo saiu de linha. No total, foram produzidas 897.829 unidades, das quais cerca de 221 mil para exportação.
Poucos sabem, mas o Passat teve uma segunda geração fabricada no Brasil. É que essa geração só chegou por aqui em 1984 e estava disponível apenas com as carrocerias sedã e perua: o Santana e a Quantum. E veja que as gerações conviveram por quatro anos no nosso mercado, mas isso já é outra história.