Téo Mascarenhas (*)
Da Chapada dos Guimarães (MT)
A segunda geração da CRF 1000L Africa Twin acrescentou a versão Adventure Sports, ainda mais aventureira, e muita eletrônica embarcada, também presente no modelo Standard. Com dimensões propositalmente mais compactas, a Africa Twin, com motor de dois cilindros paralelos (Twin) de 999,1cm³, que entrega 88,9cv a 7.500rpm e torque de 9,5kgfm a 6.000rpm (a versão europeia tem 95cv em função das diferentes normas de emissões), tem um comportamento bastante ágil, que permite estripulias no fora de estrada, como se fosse um modelo menor.
O espírito big trail, para encarar estradas asfaltadas ou sem pavimentação, tem origem na versão que disputou o badalado Rali Pais/Dakar, exatamente no continente que deu origem ao batismo Africa, que, posteriormente, viraria moto de série. A versão Adventure Sports segue ainda mais fielmente essa linha. Para maior autonomia, o tanque de combustível aumentou, passando de 18,8 para 24,2 litros de capacidade. O para-brisa também ficou maior, embora sem regulagens, e o banco ficou mais plano, para facilitar a movimentação na terra.
TERRA A Adventure Sports, com pintura que lembra as pioneiras, ganhou também aquecedores de punho, cavalete central, protetores e suspensões de maior curso. Na dianteira, garfo Showa com 45mm de diâmetro e 252mm de curso, contra 230mm da Standard. Na traseira, sistema mono, com 240mm de curso, contra 220mm da Standard. Ambas plenamente reguláveis. Com isso, a altura em relação ao solo subiu 20mm, passando para 271mm, e o banco de 850mm (no modelo Standard) foi para 900mm. O problema, para quem tem pernas curtas, fica na hora de manobrar ou parar.
Andando pela deslumbrante e castigada região da Chapada dos Guimarães, no Brasil Central, incluindo estradas asfaltadas lisinhas, estradinhas com a macia e abundante areia e também por entre o “cerradão” (que pude conferir a dureza e a altura na pele), constata-se a versatilidade e a facilidade da pilotagem, encarando os diferentes tipos de piso. Para tanto, a roda dianteira, com aro de 21 polegadas (porém, calçada com pneu com câmara), e também o extenso pacote eletrônico, que agora faz parte dos dois modelos, prestam uma valiosa ajuda.
ELETRÔNICA O acelerador agora é eletrônico (throtle by wire), e para administrar a gestão do motor, três modos fixos de pilotagem. Urban, para rodar nas cidades;Tour, para as estradas asfaltadas; e Gravel, para a terra ou situações de pouca aderência. Também tem o modo User, com a possibilidade de ajustar conforme a conveniência os parâmetros de entrega de potência, freio motor e controle de tração. O modelo anterior contava com apenas três níveis de controle de tração e a nova geração subiu para sete, além da possibilidade de desligar.
O painel também mudou. Com estrutura vertical, é em LCD, com fundo blackout, e mostra as opções selecionadas de modos de pilotagem, controle de tração, potência e freio motor, além do computador de bordo. Os freios, com duplo disco wave na dianteira de 310mm e simples de 256mm na traseira, contam com sistema ABS, que pode desligar a roda traseira para rodar na terra. O modelo Adventure Sports tem preço sugerido de R$ 64.990. A versão Travel Edition, com malas laterais e protetores, R$ 69.990. A Standard tem preço de R$ 57.990 e a Standard Travel Edition, acrescido de malas laterais e central e protetores, R$ 66.990.
(*) Viajou a convite da Honda