A chegada do novo Toyota Corolla híbrido a partir de R$ 124.990 coloca em xeque a manutenção de seu irmão Prius no mercado brasileiro, já que o pioneiro híbrido da marca japonesa é um pouco mais caro (R$ 128.530) e, em tese, menos sofisticado. Por isso, preparamos um raio-X dos dois modelos para “pesar” qual é a tendência.
CONJUNTO MECÂNICO
O conjunto mecânico de ambos é praticamente o mesmo – um motor 1.8 a combustão interna (ciclo Atkinson) e dois elétricos –, mas o Corolla leva a melhor por ser flex, o que permite reduzir a emissão de gases de efeito estufa com o uso do etanol.
Ponto para o COROLLA
EMISSÃO/CONSUMO/DESEMPENHO
A emissão de CO² do Corolla híbrido abastecido com etanol é de 29g/km – no ciclo “do poço à roda”, que considera as emissões do processo produtivo da cana de açucar (tratores) e transporte (caminhões) –, enquanto com gasolina esse número sobe para 99g/km. A emissão do Prius, que só “roda” com gasolina, é menor, 71g/km, assim como o consumo de combustível, 18,9km/l no ciclo urbano e 17km/l no rodoviário, enquanto os números do Corolla híbrido com gasolina são de 14,5km/l na cidade e 16,3km/l na estrada. O consumo com etanol é de 9.9km/l na cidade e 10,9km/l na estrada. De acordo com Felipe Doho, gerente de Produtos da Toyota, apesar de ambos os modelos terem praticamente o mesmo conjunto mecânico, a diferença de consumo e emissões se dá devido ao acerto de cada um – o Corolla tem diferencial mais curto, um dos motivos pelos quais apresenta desempenho melhor que o Prius – e a adaptação para o flex. Então, o Corolla vai melhor pela emissão de CO² com etanol e o melhor desempenho.
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PRODUÇÃO
Outro ponto positivo do Corolla é a fabricação no Brasil, embora o conjunto mecânico e baterias que formam o sistema híbrido sejam importados. A Toyota investiu R$ 1 bilhão na planta de Indaiatuba para a fabricação da 12ª geração do Corolla, que passa a ser montado sobre a plataforma TNGA, a mesma do Prius. Já o Prius é fabricado no Japão, de onde é importado.
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CONTEÚDO
No embate de equipamentos, ambos trazem bons pacotes, com sete airbags, controles de tração e estabilidade, chave presencial, faróis de LED e bancos revestidos em couro. O hatch híbrido traz de exclusivo head-up display e carregador de celular sem fio. A conectividade do hatchback é bem mais completa, com direito a navegação por GPS, TV digital, DVD e espelhamento com smartphones. Já o sedã, mesmo na versão mais equipada, traz apenas a função de espelhamento, pelos sistemas Android Auto, Apple CarPlay e SDI. O Corolla tem central multimídia com tela tátil de oito polegadas, enquanto a do Prius é de sete polegadas.
Mas o Corolla tem uma lista bem mais recheada, trazendo a mais o assistente de partida em rampa, alerta de mudança de faixa, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, farol alto automático e assistente de pré-colisão com função de frenagem automática. Com mais R$ 6 mil, o que é um valor baixo para o preço desta versão, o Corolla híbrido ganha retrovisores com rebatimento elétrico, teto solar elétrico, sensor de chuva, faróis automáticos, lanternas em LED, ar-condicionado digital de dupla zona e banco do motorista com regulagem elétrica (esses dois últimos também equipam de série o Prius).
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DESIGN
O quesito é totalmente subjetivo, mas o design do Prius é bastante controverso. Essta não é a minha opinião, já que as linhas do hatch são condizentes com sua proposta, mas as linhas do novo Corolla foram muito bem-aceitas e ficou até difícil continuar chamando o modelo de “tiozão”.
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MERCADO
A Toyota espera vender mil unidades por mês da versão híbrida do Corolla, uma meta bastante ousada. Já o Prius vem perdendo vendas por aqui, reflexo da espera pelo Corolla híbrido, além da uma aparente falta de interesse da marca em promover o hatchback híbrido. Ao longo de 2019, foram emplacadas 647 unidades do Prius, número que vem decrescendo a cada mês: se em janeiro foram 172 unidades, em agosto foram apenas 51 registros. O número é bem inferior à media mensal de 200 unidades que o modelo registrou em 2017 e 2018.
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