Téo Mascarenhas
Curiosamente, as montadoras investem grandes somas para desenvolver os modelos esportivos, com refinadas carenagens aerodinâmicas, para algum tempo depois remover toda a “lataria” e apresentar uma versão naked (pelada), mais amigável para rodar no dia a dia. A Kawasaki Z400, que chega agora ao mercado brasileiro (produzida em Manaus), com preço sugerido de R$ 22.990, é um exemplo. Irmã pelada da esportiva Ninja 400, divide grande parte do conjunto mecânico, mas conta com uma ergonomia mais relaxada, com guidão mais alto e largo e pouca roupa.
Assim como a Ninja 400, também comercializada aqui, que passou de 300 para 400cm³, a Z400 adota o motor de dois cilindros paralelos, que ganhou 23% de potência e 40% de torque, além de perder 3kg em relação à antecessora. São 48cv a 10.000rpm e 3,9kgfm de torque a 8.000rpm. Para respirar melhor, a caixa do filtro de ar aumentou de volume, passando de 4,7 litros para 5,8 litros, permitindo um melhor desempenho. Entretanto, as dimensões do motor, que fica inclinado para frente em 20 graus, continuaram bastante compactas.
HERANÇA Não é só o motor que veio de herança. O painel com tela de LCD é o mesmo da Z650, com o conta-giros em estilo analógico, indicador de marcha e computador de bordo. As rodas de liga leve também são semelhantes às da Z650. O disco de freio dianteiro, estilo margarida, tem a mesma medida do usado na Z1000, com 310mm de diâmetro, enquanto o traseiro tem 220mm com pinça de dois pistãos. Ambos com sistema ABS. Já o quadro, com arquitetura em treliça, e o motor como parte da estrutura para reduzir peso (167kg a seco), foi inspirado na superesportiva H2
O quadro também ficou mais compacto em relação ao modelo anterior. A distância entre-eixos passou de 1.405mm para 1.370mm, com novo ângulo de cáster. Com isso, a Z400 ficou mais ágil e arisca que a antecessora. A ergonomia de pilotagem também é facilitada por um tanque de combustível com 14 litros de capacidade, com desenho mais estreito. Dessta forma, o encaixe das pernas do piloto é mais natural, ajudado também por pedaleiras posicionadas mais à frente e um banco em dois níveis com altura de 785mm em relação ao solo, revestido com 80% a mais de espuma.
SUSPENSÕES O novo pacote tem suspensão dianteira não invertida, com tubos que passaram de 37mm para 41mm de diâmetro. O curso é de 120mm. A suspensão traseira, do tipo mono, tem amortecedor a gás, com cinco ajustes na pré-carga da mola e curso de 130mm. Na hora de acelerar, o câmbio de seis marchas tem as primeiras marchas com relações mais curtas, facilitando as retomadas de velocidade. Além disso, a embreagem é do tipo assistida para um acionamento mais “leve” e também deslizante, para não travar nas reduções mais radicais.
O estilo naked é definido pela marca com a palavra japonesa “sugomi”, que representa a aura e energia emitidas por uma pessoa ou objeto, que inspira admiração e respeito. Para tentar corresponder à definição, o conjunto óptico dianteiro tem formas agressivas, com iluminação em LED. A lanterna traseira também é em LED. Os pneus têm medida 110/70 na dianteira e 150/60 na traseira, e calçam rodas de aro de 17 polegadas. Embaixo do banco (de fácil remoção) tem um pequeno espaço para objetos, que também podem ser amarrados nos pontos de fixação na rabeta.