Téo Mascarenhas
A marca inglesa Triumph, oficialmente instalada no Brasil, foi responsável por fornecer os motores para a categoria intermediária do Mundial de Motovelocidade, Moto2, a partir de 2019. A base foi o propulsor de três cilindros em linha que equipa a superesportiva Daytona 765 e também sua versão naked (pelada), Street Triple 765 RS, topo de linha, além dos modelos S e R. Recém-apresentada na Europa, a nova Street Triple 765 RS, já como modelo 2020, também vai desembarcar no Brasil, no primeiro semestre deste ano, porém, ainda sem preço definido.
Com a peculiar arquitetura tricilíndrica e 765cm³, o motor que equipa a categoria Moto2 levou dois anos em pesquisas e desenvolvimento, resultando em cerca de 140cv de potência e algumas quebras de recorde em sua primeira temporada, como a maior velocidade final jamais alcançada na Moto2, 301,8km/h, com o piloto Stefano Manzi. Para as motos de “rua”, como a nova Street Triple 765 RS 2020, o motor, obviamente, foi amansado, com uma pegada que mantém o DNA esportivo, mas também permite rodar pacatamente pelas ruas.
RUA O próprio nome do modelo indica sua pretensão: Street (rua) e Triple (triplo), em alusão ao formato do motor. As mudanças em relação ao modelo anterior focaram em proporcionar um torque mais homogêneo. A potência permaneceu praticamente inalterada, com 123cv a 11.750rpm. Entretanto, o torque aumentou 0,2kgfm, passando para 8,1kgfm a 9.350rpm, e chega a 1.650rpm mais precocemente, o que significa mais força nas retomadas e maior facilidade de pilotagem, incluindo o trânsito do dia a dia.
Para facilitar a tocada nas diversas situações, também conta com cinco modos de pilotagem: Road, Rain (com potência reduzida para 100cv), Sport, Track e Rider. Este último pode ser personalizado, ajustando a resposta do acelerador, as configurações do sistema de freios ABS e dos níveis de intervenção do controle de tração, que também pode ser desligado. Nos outros modos de pilotagem, as configurações são pré-determinadas. A eletrônica também está presente no câmbio assistido (quick shifter) para subir e descer as marchas da caixa de seis velocidades.
MALVADA Os sistemas eletrônicos atuam de forma independente, por meio de comandos ao alcance dos dedos no guidão, uma vez que a Street Triple 765 RS não tem central de medição inercial (IMU) para promover a integração. Porém, o compacto quadro de alumínio e o baixo peso, 166kg a seco, garantem extrema agilidade e performance. A suspensão dianteira é invertida, Showa, totalmente ajustável, com tubos de 41mm e 115mm de curso. A suspensão traseira tem amortecedor único Ohlins, é ajustável, ancorada em balança de alumínio, curva (estilo banana), com 131mm de curso.
Os freios dianteiros contam com dois discos de 310mm de diâmetro, “mordidos” por pinças Brembo monobloco de quatro pistãos. O freio traseiro tem disco de 220mm. O painel tem tela em TFT com quatro estilos de exibição diferentes, além de regulagem na inclinação e conexão Bluetooth, e com câmera GoPro. O visual ficou ainda mais agressivo, com duplo farol mais fino, iluminação em LED e luz diurna (DRL). Os faróis salientes e destacados como olhos esbugalhados conferem um toque de exotismo, além de sugerir o “charme” de um ar de malvada.