Jornal Estado de Minas

Testamos a Nissan Frontier Attack 2.3 turbodiesel 4x4, a sexta no ranking

  - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

A competitividade no segmento de picapes médias sempre foi muito acirrada, mas as primeiras posições do ranking vêm sendo mantidas: Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger, nesta ordem. A Nissan Frontier está presente no segundo escalão, atrás ainda da VW Amarok e Mitsubishi L200, e apesar de ter bom conjunto mecânico, fica devendo em outros quesitos. Testamos a versão intermediária Attack, que tem pintura diferenciada e preço mais baixo do que o das concorrentes. Confira os prós e contras da picape da marca japonesa.
 
Produzida na Argentina, a Nissan Frontier não tem no estilo o seu ponto forte. O desenho é simplório, com linhas retas predominantes na parte frontal e faróis retangulares com lâmpadas halógenas. A versão Attack traz a grade preta, mesma cor da moldura dos faróis de neblina e dos apliques no capô. Abaixo do para-choque, uma barra tubular que funciona como um quebra-mato. O nome da versão aparece em destaque nas laterais, mas a picape traz ainda rack de teto e estribos laterais, ambos na cor preta.
 
- Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
A traseira tem lanternas verticais e um estribo facilita o acesso à caçamba, que tem tampa bem pesada, com a câmera de ré instalada próximo à maçaneta.
Para quem usa a picape para o trabalho, a caçamba conta com proteção de plástico no assoalho, além de quatro argolas para a amarração de objetos. A versão traz ainda de série santantônio e uma única barra de proteção para o vidro traseiro, que não tem janela. As rodas são de liga leve com aro de 16 polegadas, calçadas com pneus de uso misto (asfalto e terra).
 

POR DENTRO A Nissan Frontier é uma picape robusta, mas tem dimensões um pouco menores do que algumas das principais concorrentes. Por dentro, os bancos dianteiros não são dos mais confortáveis, sendo que o do motorista traz apenas ajustes de altura e longitudinal. O volante, que tem o aro muito fino, só conta com ajuste de altura e é revestido em couro, mas o motorista pode acessar o computador de bordo, o sistema de áudio e o celular por meio dos comandos ali instalados.
 
 
O banco traseiro tem assento curto, não apoia bem as pernas e é baixo, proporcionando posição desconfortável e sofrível em viagens mais longas. O assoalho não tem o túnel alto na parte central, onde o espaço para as pernas é razoável. Ali, os passageiros contam com três apoios de cabeça e cintos de segurança retráteis para todos, além de saídas do ar-condicionado, mas não tem USB.
A picape não é tão alta, e com o auxílio do estribo e dos puxadores, o acesso ao interior fica bem facilitado.
O acabamento interno é feito com tecido aveludado nos bancos e no apoio de braço do motorista. O restante traz plástico duro preto e alguns detalhes em cinza, imitando alumínio, nos puxadores de portas e na moldura da central multimídia. O painel traz conta-giros e velocímetro analógicos, mas entre eles tem uma tela digital com as informações do computador de bordo, da marcha engatada e do sistema de tração.
 
É na parte inferior do painel que fica instalado um botão giratório seletor do sistema de tração. Ali o motorista tem as opções 2WD (tração traseira), 4H (tração integral) e 4LO (tração 4x4 com reduzida). Em outra tecla no painel é possível acionar o auxílio de descida em rampa, que segura a picape em aclives acentuados com o piso escorregadio.

DIRIGINDO O motor que equipa a Nissan Frontier é um quatro-cilindros biturbo a diesel, que despeja consideráveis 190cv de potência e 45,9kgfm de torque. O problema é que em baixas rotações o propulsor tem reações mais lentas, demorando um pouco para acordar. Mas acima das 2.000rpm a picape fica mais esperta, emitindo um ronco bonito do motor. Nessa condição, o desempenho é bem satisfatório, com boas retomadas de velocidade.
No teste misto (cidade/estrada), o computador de bordo registrou consumo médio de 9km/l.
 
O câmbio automático tem sete marchas bem escalonadas e permite mudanças manuais apenas na alavanca. O modelo não conta com as aletas atrás do volante. A boa relação de marchas também favorece o bom desempenho, tornando a picape divertida de dirigir. No fora de estrada ela enfrenta estradas de terra e pisos irregulares com desenvoltura, graças ao bom torque do motor, boa altura em relação ao solo e sistema de tração eficiente, com reduzida e bloqueio do diferencial.

PULA MUITO As suspensões, com multlink e eixo rígido na traseira, não conseguem eliminar um problema recorrente na maioria das picapes: pula muito quando vazia sobre pisos irregulares. Transfere tudo para a cabine, trazendo desconforto. Mas garantem boa estabilidade, levando em consideração a altura da picape. A direção com assistência hidráulica é um pouco pesada e como o diâmetro de giro é grande, não é muito fácil fazer manobras com a Frontier em espaços pequenos. A câmera de ré ajuda um pouco, mas o sensor de estacionamento faz falta. Os freios atuaram de forma eficiente, sem sustos.
 
O grande atrativo da Nissan frontier acaba sendo o preço, mais baixo do que o das principais concorrentes, algumas com motores mais potentes e com lista de equipamentos mais completa. Ela pode ser vista também como uma opção para quem pensa em comprar uma picape intermediária, como a Fiat Toro, que nas versões de topo têm preço acima de R$ 160 mil.
O certo é que a Frontier não tem conseguido se destacar no segmento de picapes médias, e apesar de ter aumentado o volume de vendas de 2018 para 2019, continua ocupando a última posição no ranking.
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