Jornal Estado de Minas

FIAT MOBI WAY EXTREME 1.0

Testamos o Fiat Mobi Way com mais conteúdo, mas o mesmo motor

O kit de personalização externa Cross acrescenta adesivos pretos no capô e nas laterais - Foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press

O chamado segmento de veículos de entrada no Brasil tem na atualidade apenas dois modelos que disputam a preferência dos consumidores. O líder é o Renault Kwid, seguido nem tão de perto pelo Fiat Mobi. Ambos têm as versões mais simples com preços na faixa dos R$ 35 mil, e as mais completas por cerca de R$ 46 mil, valor que esbarra nos compactos básicos. Testamos o Fiat Mobi Way, pretenso aventureiro, com os kits da série especial Extreme e o de personalização externa Cross. O pequeno ganha detalhes no visual, um pouco mais de conteúdo, mas fica devendo muito para justificar seu preço.
 
A tampa traseira de vidro é uma das características marcantes do subcompacto da Fiat - Foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press
A série especial Extreme, que é opcional e custa R$ 2.950, acrescenta ao Mobi Way retrovisores externos na cor cinza fosco, grade dianteira com acabamento exclusivo, retrovisor interno com câmera de ré, interior com acabamento escurecido, rádio com CD Player, leitor SD card, Bluetooth e entradas USB e auxiliar, alto-falantes, tweeter, antena, faróis de neblina, rodas de liga leve 14 polegadas com acabamento diferenciado, sensor de estacionamento traseiro e limpador e lavador do vidro traseiro. Já o kit de personalização externa adiciona adesivo no capô e nas laterais, além do teto pintado em preto brilhante.
 
No lugar da central multimídia, um rádio com CD Player e entradas USB e SD card - Foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press
Fora isso, é o Mobi Way já conhecido, com colunas centrais pintadas em preto fosco, molduras de plástico nas caixas de rodas, rack de teto, retrovisores pintados em preto e cinza, e molduras escuras para os faróis de neblina. Um dos destaques do subcompacto da Fiat é a tampa traseira toda de vidro, que dá acesso ao pequeno porta-malas, o menor entre os subcompactos. São apenas 215 litros de capacidade, não tem iluminação e é profundo e estreito, mas é todo revestido com carpete e guarda o estepe.
Dependendo do tamanho do objeto a ser transportado, é preciso rebater o encosto do banco traseiro, que não é bipartido.
 
Espaço no banco traseiro é acanhado - Foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press
ESPAÇO Os bancos dianteiros só contam com ajuste longitudinal e de inclinação do encosto. O volante de três raios não traz comandos para o sistema de áudio e conta apenas com regulagem de altura. O banco traseiro tem espaço limitado para duas pessoas, com assento estreito. Três pessoas ali vão bem apertadas e a unidade testada estava ainda no padrão antigo, com apenas dois cintos de segurança de três pontos retráteis, um subabdominal, e dois apoios de cabeça. Mas a partir deste ano, todas as unidades do Mobi sairão de fábrica com cintos retráteis e apoios de cabeça para três passageiros.
 
O motor é o 1.0 de quatro cilindros, que desenvolve potências de 73cv (g) e 75cv (e) - Foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press
Na frente, os vidros têm comando elétrico, mas atrás é na manivela. Quem senta atrás, não tem iluminação e nem entrada USB. No acabamento interno predomina o plástico duro preto, em diferentes texturas.
A versão traz detalhes em marrom nas molduras do rádio, das saídas de ar, no entorno do painel de instrumentos e nas maçanetas. O console é simples, com dois porta-copos na frente e um atrás, com uma tomada de 180W. O painel de instrumentos traz conta-giros e velocímetro analógico, com pequena tela central com as informações do computador de bordo, temperatura do motor e nível de combustível. O problema ali é que a lente de plástico transparente que encobre os instrumentos é inclinada, e dependendo da incidência de luz externa o reflexo atrapalha a visibilidade. Como o modelo não tem central multimídia, a imagem da câmera de ré é transmitida para uma pequena tela no retrovisor interno. É um bom quebra-galho nas manobras de estacionamento, junto com o sensor traseiro.
 
Pequena câmera de ré no retrovisor - Foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press
DIRIGINDO Um dos pontos questionáveis do Mobi Way é o motor que equipa a versão. Trata-se do 1.0 de quatro cilindros, que desenvolve 73cv (gasolina)/75cv (etanol). O modelo tem apenas na versão Drive o 1.0 três-cilindros de 72cv (g)/77cv (e), mais moderno e mais eficiente.
Na prática, o quatro-cilindros não é ruim, mas é limitado, um dos menos potentes do segmento. Só fica mais esperto acima das 3.000rpm e depois de embalado vai bem. Mas tem limitações principalmente nas retomadas de velocidade, exigindo maior atenção do motorista.
 
No trânsito urbano, com apenas o motorista, o Mobi desenvolve bem, com arrancadas ágeis. Mas com quatro passageiros e ar-condicionado ligado, é preciso mais paciência, pois as trocas de marchas são mais frequentes. O câmbio manual tem a primeira e a segunda mais curtas, e a terceira, quarta e quinta mais longas, para favorecer o consumo de combustível. Na cidade, o computador de bordo registrou consumo de 7,5km/l com etanol.
 
Porta-malas com apenas 215 litros - Foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press
As suspensões do Mobi Way são discretamente mais altas, mas são rígidas, favorecendo a estabilidade em curvas. Porém, transferem as irregularidades do solo para dentro, causando certo desconforto quando sobre pisos irregulares. A direção, com assistência hidráulica, mostrou-se um pouco pesada em manobras de estacionamento e firme em velocidades mais elevadas, mas o diâmetro de giro é bom. O sistema de freios, com discos na frente e tambores atrás, funcionou de forma eficiente.
 
Comparado com seu principal concorrente, o Mobi Way sai perdendo. O Renault Kwid Outsider (R$ 45.390) traz de série quatro airbags, enquanto o modelo da Fiat tem apenas dois.
O modelo da Renault tem ainda sistema multimídia, com mais recursos que o rádio Connect oferecido como opcional no Mobi. E com os kits Extreme e Cross, o subcompacto da Fiat ultrapassa a faixa dos R$ 46 mil, preço salgado para um carro deste segmento.
 
Rodas de liga 14 polegadas - Foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press
Compacto espartano
 
O Fiat Mobi Way com o kit da série especial Extreme não traz central multimídia, mas
no lugar dela tem um rádio com entrada USB e CD Player. Confira os itens de série
 

O Fiat Mobi Way traz em sua lista de equipamentos de série apenas a pré-disposição para instalação de equipamento de som. Mas se você compra o hatch compacto com o kit da série especial Extreme leva o rádio com CD Player, leitor SD card, Bluetooth e entradas USB e auxiliar, além de dois alto-falantes, um tweeter e a antena. É muito pouco para um carro que custa mais de R$ 46 mil. O concorrente direto dele, o Renault Kwid Outsider traz central multimídia e quatro airbags.   
 
z FICHA TÉCNICA

» MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 999cm³ de cilindrada, que desenvolve potências de 73cv (gasolina) 
e 75cv (etanol) a 6.250rpm e torques de 9,5kgfm (g) 
e 9,9kgfm (e) a 3.850rpm

» TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio manual de cinco marchas

» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira semi-independente, eixo de torção/de liga leve de 5,5x14 polegadas/175/65 R14

» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

» FREIOS
A disco na dianteira e tambor na traseira, com ABS e distribuição eletrônica de frenagem (EBD)

» CAPACIDADES
Do tanque, 47 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 400 quilos

» EQUIPAMENTOS

» DE SÉRIE Ar-condicionado, banco traseiro rebatível, barras longitudinais no teto e moldura nas caixas de roda, bolsa porta-objetos e porta garrafa nas portas dianteiras, Brake light, cintos de segurança dianteiros retráteis de três pontos com regulagem de altura, cintos de segurança traseiros (laterais e central) retráteis de três pontos, comando interno de abertura do porta-malas e da tampa do tanque de combustível, computador de bordo, direção hidráulica, Drive by Wire (controle eletrônico da aceleração), sinalização de frenagem de emergência (ESS), faróis com máscara negra, Follow me home, Isofix para fixação de cadeira infantil, grade dianteira texturizada, airbag duplo, freios ABS com EBD, Lane Change (função auxiliar para acionamento das setas indicando trocas de faixa), para-choques exclusivos Way, porta-malas com acabamento em carpete, quadro de instrumentos com conta-giros, iluminação a LED e display digital de 3,5 polegadas, retrovisores externos com comando interno mecânico, rodas de aço estampado 14 polegadas com calotas integrais exclusivas Way, pneus com baixa resistência a rolagem, suspensão elevada, tampa traseira do porta-malas em vidro, tomada 12V, vidros elétricos dianteiros (one touch e antiesmagamento) e travas elétricas nas quatro portas.

» OPCIONAIS
Série especial Extreme (retrovisores externos na cor cinza fosco, grade dianteira com acabamento exclusivo, retrovisor interno com câmera de ré, revestimento interno escurecido, rádio com CD Player, leitor SD card, Bluetooth e entradas USB e auxiliar, alto-falantes, tweeter, antena, faróis de neblina, rodas de liga leve 14 polegadas com acabamento exclusivo, badge lateral Extreme, sensor de estacionamento traseiro e limpador e lavador do vidro traseiro – R$ 2.950), kit de personalização externa cross (pintura bicolor e adesivo no capô e laterais – R$ 990), kit visibilidade (desembacador? do vidro traseiro, limpador e lavador do vidro traseiro com intermitencia? – R$ 620), kit Connect (rádio Connect, Bluetooth, áudio streaming, entrada USB e auxiliar, volante multifuncional com comandos de mídia/telefone, quatro alto-falantes e antena – R$ 1.620).
 
NOTAS (0 a 10)

Desempenho 7
Espaço interno 6
Caçamba 5
Suspensão/direção 7
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 6
Segurança 6
Estilo 7
Consumo  7
Tecnologia 6
Acabamento 7
Custo/benefício 6  
 
 
        
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