Jornal Estado de Minas

BMW S 1000RR

Modelo 2020 da BMW S 1000RR mescla o convencional com a modernidade

Téo Mascarenhas
 
- Foto: BMW/divulgação 

Quando a BMW anunciou em 2008 que disputaria o mundial de Superbikes, contra os dominantes mísseis japoneses e italianos, assombrou o mundo, pois ainda não tinha um modelo adequado em sua linha para tanto. É que o regulamento da categoria exige superesportivas produzidas em série na competição. A resposta veio logo em seguida com o lançamento da S 1000RR em 2009. O espanto foi maior com o visual ousado (ao contrário das tradicionais e confortáveis big trail e estradeiras da marca), com uma carenagem lateral completamente diferente da outra e faróis caolhos, sendo um redondo e o outro de formato trapezoidal.
 
O painel em tela TFT de 6,5 polegadas e pode ser personalizado - Foto: BMW/divulgação
A moto, porém, foi ficando cada vez mais bonita à medida que ia vencendo as competições, superando as rivais com desenhos menos radicais. O modelo 2020, que também desembarca no Brasil, produzido em Manaus, Amazonas, com preço sugerido de R$ 91.950, entretanto, encerra este ciclo e adota um visual mais convencional, com duplo farol estreito em LED e totalmente simétrico, assim como laterais iguais. A parte mecânica foi completamente revista e modernizada, ultrapassando a respeitável marca dos 200cv de potência, com um peso reduzido para menos de 200kg.
 
- Foto: BMW/divulgação
REGIME Uma das missões dos projetistas foi diminuir o peso. O motor de quatro cilindros em linha ficou 4kg mais leve. O novo quadro, batizado de FlexFrame, em alumínio, integra o motor na estrutura para aumentar a rigidez do conjunto, e ficou 3kg mais leve.
Contribui também na redução a balança da suspensão traseira desenvolvida nas pistas. O peso também foi reduzido com emprego de materiais nobres em vários sistemas. O resultado foi uma economia de geral de 11kg, passando de 208kg para 197kg, em relação ao modelo anterior.
 
Sistemas de controle de tração e freios ABS - Foto: BMW/divulgação
O propulsor de 999cm³, com válvulas de titânio, manteve a arquitetura de quatro cilindros em linha, mas foi completamente revisto, ganhando comando de válvulas variável, chamado de ShiftCam (também presente nas novas R 1250 GS), que proporciona potência máxima de 207cv a 13.500rpm (oito cavalos a mais que a geração anterior) e torque de 11,5kgfm a 11.000rpm. Entretanto, o comando variável permite uma faixa de utilização mais ampla do motor. Com giros mais baixos, até os 5.500rpm, o comando deixa o motor mais suave, com torque mais plano. Acima dos 9.000rpm, o comando trabalha as válvulas para liberar geral a cavalaria.
 

ELETRÔNICA A central de medição inercial (IMU) passou de cinco para seis eixos, aumentando a precisão na hora de gerenciar, coordenar e integrar os sistemas de controle de tração, mapas de motor e freios ABS. O motor tem quatro modos de pilotagem: Rain, Road, Dynamic e Race.
Tem também como acessório os modos Pro1, Pro2 e Pro3, que incluem controle de largada, controle de velocidade no pit lane (boxes, em caso de competição) e ajustes personalizados. De série é o quick shift de duas direções, que permite subir e descer as marchas sem usar a embreagem.
 
A eletrônica também está presente no controle da resposta do acelerador, no controle dinâmico dos freios, no controle de tração e no controle dinâmico das suspensões. Na dianteira, garfo Marzocchi com tubos de 45mm e 120mm de curso. Na traseira, sistema mono com 117mm de curso. Os freios contam duplo disco de 320mm na dianteira e 220mm simples na traseira. O painel com tela de 6,5 polegadas em TFT colorido pode ser ajustado, inclusive no modo competição. Para encarar as pistas, os espelhos e o suporte de placa já estão projetados para fácil retirada.
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