Jornal Estado de Minas

duas rodas - INTERCEPTOR 650

Trail urbana

Téo Mascarenhas
 
O tanque é integrado com a carenagem, que tem bico de pato - Foto: Dafra/divulgação 

A marca brasileira Dafra nasceu em 2007 com fábrica em Manaus, Amazonas, em área de 170 mil metros quadrado, com 35 mil metros quadrados de área construída, equipada com tecnologia de laboratório de emissões e testes estruturais. Porém, estabeleceu uma estratégia de produção de firmar parcerias com marcas asiáticas já consolidadas, nacionalizando seus modelos, como a Taiwanesa SYM (Sang Yang Motors), que também produz os scooters Fidle 125, Cityclass 200, Citycom 300, Maxsym 400 e a moto naked Next 300. Agora, a marca inaugura outro segmento com o lançamento da pequena trail NH 190.
 
Os freios são a disco nas duas rodas, com sistema CBS - Foto: Dafra/divulgação 
A NH 190, também fruto da parceria com a SYM, chega ao mercado nacional com preço sugerido de R$ 12.890 e traz alguns itens normalmente encontrados em modelos maiores. O visual segue um desenho com linhas retas e vincadas, em uma mistura de design das escolas europeias e asiáticas, com uma semicarenagem dianteira que confere aspecto volumoso e para-lamas estilo bico de pato. Porém, o escape destoa do conjunto, que tem ainda proteção inferior estilo limpa trilhos, enquanto a iluminação é Full-LED. A traseira afilada tem alças de apoio para o passageiro.

MOTOR O motor de um cilindro e exatos 183cm³ de cilindrada conta com o requinte de um cabeçote com quatro válvulas, e não duas, como usualmente em motos do mesmo porte. O arrefecimento conta com sistema líquido, que permite uma temperatura constante do motor, traduzindo em melhor funcionamento, embora acrescente algum peso em função do radiador. A potência atinge 18cv a 8.500rpm e o torque chega a 1,6kgfm a 7.500rpm.
Esse é uma espécie de efeito colateral das múltiplas válvulas, que exigem mais rotações para melhor aproveitamento do torque.
 
 
O motor entrega 18cv de potência e 1,6kgfm de torque - Foto: Dafra/divulgação
Para compensar, o câmbio conta com seis velocidades para manter o motor sempre alerta, embora exija mais trabalho do piloto. O porte avantajado, aparentando moto de maior cilindrada, tem contribuição dos pneus mais robustos, calçados em aros de aço com raios. Na traseira, a medida é 130/80 em roda de 17 polegadas de diâmetro. Na dianteira, 100/90 em aro de 19 polegadas. O conjunto é apropriado para rodar no rali diário do asfalto, embora também possa pegar uma terra mais suave com o quadro em tubos de aço tipo diamond.

EQUIPAMENTOS Outra característica comum em modelos de maior porte, mas presente na NH 190, é uma tomada USB para possibilitar a conexão com aparelhos eletrônicos como o celular ou um GPS. Algumas partes plásticas de acabamento, como a que fica em torno do painel, imitam com realismo a sofisticação, leveza e resistência da fibra de carbono. Porém, o maior porte acaba gerando mais peso, que acusa 141kg a seco na balança.
Outro requinte são parte dos flexíveis do tipo aeroquip, que garantem maior precisão na frenagem.
 
Andando, entretanto, o maior porte não afeta a agilidade e até impõe respeito. O banco (com altura de 820mm) em dois níveis encaixa o tronco, e o tanque (de 11 litros com tampa esportiva), os joelhos. O guidão mais alto e largo tem boa pegada e ergonomia. O motor encara estradas, com o benefício da sexta marcha mais longa, e cidades. Para melhorar a retomada, o câmbio tem que ser frequentemente usado. A suspensão dianteira é convencional, com 135mm de curso, e a traseira, mono, com 145mm. Os freios a disco nas duas rodas têm sistema CBS, que distribui parte da pressão nos dois eixos. O painel digital inclui indicador de marcha e de voltagem.
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