Jornal Estado de Minas

Números dão o recado: Ford Fusion, Toyota Prius e Citroën C4 Lounge 'subiram no telhado

- Foto: Toyota/Divulgação 

 

A Chevrolet oficializou nesta semana o fim da produção do Cobalt, seu sedã que disputava entre os compactos premium. A novidade fica só a cargo da confirmação, já que, a partir do lançamento do Onix Plus, seu espaço na gama do fabricante foi preenchido por um produto de maior volume. O modelo teve 13.103 unidades vendidas ao longo de 2019, uma média mensal de 1.091. Porém, a partir do lançamento do Onix Plux – que, com apenas três meses de vendas fechou o ano com mais do dobro de suas vendas, 26.852 emplacamentos –, o interesse pelo Cobalt foi caindo, e, até o fechamento de fevereiro de 2020, foram vendidos apenas 405 unidades. 

 

A situação de mercado, assim como os números de emplacamento, confirmam que outros modelos já “subiram no telhado”, casos de ao menos três modelos: Toyota Prius, que registrou 14 vendas em janeiro e cinco em fevereiro; Ford Fusion, com 10 emplacamentos em janeiro e apenas dois em fevereiro; e Citroën C4 Lounge, que vendeu 74 unidades em janeiro e 25 em fevereiro. Nenhum dos fabricantes confirmou que os veículos, todos importados, deixaram de ser vendidos no mercado brasileiro. Esta é uma prática recorrente, já que as marcas esperam vender quase todo o estoque para confirmar que o modelo não será mais comercializado. Vamos conhecer a situação desses modelo e o que dizem os fabricantes.

 

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Foi o lançamento do Toyota Corolla Hybrid que decretou o fim do Prius. Ambos os modelos trazem o mesmo conjunto propulsor – motor 1.8 a combustão interna (ciclo Atkinson) e dois elétricos –, mas no Corolla ele é flex.

O Corolla Altis Hybrid é vendido a partir de R$ 129.690, enquanto o Prius custa R$ 134.990. Outros pontos positivos do Corolla: fabricado no Brasil (o Prius é importado do Japão); menor emissão (com etanol no tanque); pacote de equipamentos; design (subjetivo!).

 

- Foto: Honda/divulgação 

 


A média de vendas do Prius foi de 200 unidades por mês em 2017 e 2018. Em 2019, esse número já caiu para 71. Em 2020, até o fechamento de fevereiro, foram 19 unidades vendidas. O que diz a Toyota? “As venda do Prius serão mantidas mesmo com volume reduzido, o que inclusive era previsto após lançamento do Corolla”, se posicionou o fabricante por meio de sua assessoria de imprensa.

- Foto: Volkswagem/divulgação 

 

FUSION

 

A Ford já declarou que o modelo só fica em linha no México, de onde é importado para o Brasil, até o fim de 2020. A ideia é focar em modelos de maior volume, como SUVs e picapes. Trazer o Fusion da Europa, onde se chama Mondeo, encareceria demais a transação.

Esse é o único motivo que se tem para não querer o modelo, que ainda oferece design imponente e muito conforto.



O Fusion sempre foi classificado como um sedã de luxo, acima dos médios. Porém, estes últimos evoluíram bastante e o veículo da Ford ficou meio estagnado. Sorte que o sedã tinha muita “lenha” para ser queimada. A média mensal de vendas do Fusion em 2019 foi de 69 unidades. Nos três anos anteriores, esse número era de 348. A Ford afirma que continua oferecendo o modelo em suas concessionárias, mas com apenas dois emplacamentos em fevereiro, parece que os pontos de venda não têm sido estimulados a comercializá-lo.

 

- Foto: Ford/Divulgação 

 

C4 LOUNGE

 

Com linhas modernas, bom espaço interno, conforto e o ótimo motor 1.6 THP, ele já foi o melhor sedã médio oferecido por aqui e, mesmo hoje, com a renovação do segmento, ainda é uma boa escolha. Mas, com tantos argumentos positivos, o que pesa contra o modelo? Provavelmente a má reputação do pós-venda da marca francesa. Aliás, sua “irmã” Peugeot já tirou seu 408 de linha no Brasil, modelo com o qual o C4 Lounge compartilha plataforma e conjunto mecânico.


De acordo com a Citroën, o sedã continua a ser vendido no Brasil. A média mensal de vendas em 2019 foi de 132 unidades. Nos três anos anteriores, esse número foi de 292 emplacamentos. Em 2020, foram 74 unidades em janeiro e 25 em fevereiro. O C4 Lounge é fabricado na Argentina, e, como os demais casos citados, o fato de ser importado e continuar competitivo em outros mercados facilita a manutenção de vendas mesmo em volumes mínimos. Mas, para bom entendedor, um pingo é letra, e os números já deram seu recado.

 

 

 

 

 

 

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