De Foz do Iguaçu (PR)* - Lançado no Brasil em 2011, finalmente o Renault Duster passa por uma reestilizacão significativa, que já havia sido aplicada ao modelo na Europa em 2017. O SUV compacto mantém a plataforma, mas traz modificações no design que o deixaram mais robusto. O conjunto mecânico é composto pelo motor 1.6 flex, com Stop&Start, e câmbio manual de cinco marchas ou do tipo CVT. Controle de tração e estabilidade, direção com assistência elétrica e assistente de partida em rampa são de série. Mas o novo Duster disponibiliza apenas dois airbags frontais, não tendo os demais nem como opcionais. Vale lembrar que os Renault Sandero e Logan disponibilizam as bolsas infláveis laterais. Os preços foram mantidos, indo de R$ 71.790 a R$ 87.490.
O novo Duster manteve a plataforma, mas de acordo com a Renault, ganhou reforços estruturais, que teriam otimizado a rigidez torcional da carroceria. Além disso, passa a cumprir a lei, com cintos de segurança retráteis de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes. Mas fica devendo as opções de airbags laterais e de cortina. No design, a identidade do modelo foi mantida, mas a carroceria ganhou linhas mais robustas, com capô musculoso, faróis mais estreitos com assinatura de LED, para-brisa mais inclinado e lanternas traseiras quase idênticas às do Jeep Renegade, o líder do segmento.
O modelo tem ângulo de entrada de 30 graus e 34,5 graus de saída, com 23,7cm de altura em relação ao solo. O porta-malas é um dos maiores da categoria, com 475 litros de capacidade. As dimensões foram mantidas, com 4,37m de comprimento, 1,83m de largura, 1,69m de altura e 2,67m de distância entre-eixos. Com esses números, o novo Duster mantém uma de suas principais características, que é o generoso espaço interno.
MOTOR Por enquanto, o novo Duster chega apenas com o motor 1.6 SCe, aposentado o 2.0 beberrão. O modelo vai ganhar um motor 1.3 turboflex, com potência aproximadoa de 130cv e 25kgfm de torque, mas que só deve chegar ao mercado em 2021. Com 118cv (gasolina) e 120cv (etanol), e torque único de 16,2kgfm, o motor traz como novidade a tecnologia Stop&Start, que desliga em paradas para economizar combustível. Em compensação, ainda tem o antiquado tanquinho para o sistema de partida a frio. O propulsor traz duplo comando de válvulas variável na admissão e injetores posicionados no cabeçote. O câmbio CVT X-Tronic conta com um software de gerenciamento que dá a opção ao condutor de reproduzir seis marchas virtualmente. As trocas manuais podem ser feitas apenas na alavanca do câmbio, bastando posicioná-la à esquerda. Com o câmbio manual de cinco marchas, o novo Duster obteve classificação A na avaliação de consumo do Inmetro. Já com o câmbio CVT, classificação B. O SUV compacto não tem mais a versão com tração 4x4, que representava cerca de 3% no volume de vendas.
O interior mantém o padrão Dacia (marca da Renault no Leste europeu), com muito plástico duro no painel, que ganhou novo desenho, com saídas de ar-condicionado maiores. No painel das portas o modelo ganhou um detalhe em tecido. E na versão topo de linha, os bancos recebem revestimento em couro. O painel de instrumentos tem elementos analógicos é um pequeno quadro digital, com as informações do computador de bordo. A direção agora tem assistência totalmente elétrica e o volante passa a ter ajustes em altura e distância.
Outra novidade é a central multimídia EasyLink, item de série a partir da versão Intense, que tela tátil de oito polegadas, com espelhamento para celular por meio do Android Auto e Apple Carplay.
O EasyLink permite o cadastro de até cinco perfis, que podem personalizar funções sem interferir nos outros perfis cadastrados. Permite ainda a conexão de dois celulares. Outra novidade do Duster 2021 é o sistema Multiview, que consiste em quatro câmeras, sendo uma dianteira, duas laterais e uma traseira, permitindo ao motorista alterar a visualização entre as imagens pelo EasyLink para obter uma visão de todas as direções do veículo.
VERSÕES São quatro versões: Zen, Zen CVT X-Tronic, Intense CVT X-Tronic e Iconic CVT X-Tronic. A Zen (R$ 71.790) traz controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, barras de teto na cor preta , direção elétrica, ar-condicionado, faróis com assinatura LED , airbags dianteiros , ABS com AFU, cinto de segurança de três pontos em todas as posições, dois ISOFIX no banco traseiro, vidro elétrico nas quatro portas , Stop & Start , trava elétrica com fechamento automático (CAR), banco do motorista com regulagem de altura , banco traseiro rebatível bipartido, tomada 12V traseira , rodas de aço 16 polegadas, rádio 2DIN , quatro alto-falantes e chave canivete . A versão de entrada tem como opcionais sistema Multimídia EasyLink , faróis de neblina e rodas de liga leve 16 polegadas.
A versão Zen CVT X-Tronic (R$ 77.790) acrescenta o câmbio automático tipo CVT e ponteira do escapamento cromada. Os opcionais para ela são o sistema EasyLink, faróis de neblina, rodas de liga-leve 16 polegadas. Já a versão Intense CVT X-Tronic (R$ 83.490) tem todos os itens da versão anterior mais grade dianteira cromada, maçanetas na cor da carroceria, barras de teto cromadas, aplique prateado nos para-choques, faróis de neblina , retrovisor externo elétrico cromado, rodas de liga leve de 16 polegadas, vidros elétricos com função um toque , indicador de temperatura externa, luz de cortesia no porta-luvas e porta-malas, volante revestido em couro, sistema multimídia EasyLink, sensor de estacionamento traseiro com câmera, ar-condicionado automático e controlador e limitador de velocidade. O único opcional é o revestimento dos bancos em couro.
E a versão topo de linha, a Iconic CVT X-Tronic (R$ 87.490) tem todos os itens da Intense mais sistema Multiview com quatro câmeras, alerta de ponto cego, sensor de luminosidade, chave cartão hands free, rodas de liga leve de 17 polegadas diamantadas e apoio de braço.
DIRIGINDO Na apresentação do Duster 2021, a Renault disponibilizou apenas a versão topo de linha. Com seus quase 1.300 quilos, o SUV compacto revela explicitamente que o motor 1.6 não é a melhor opção. O propulsor se mostra fraco nas reações, principalmente em trechos íngremes, exigindo que o motorista pise fundo no acelerador. E nessa condição o motor grita e o consumo sobe. O câmbio ajuda a comprometer os números de consumo, mas proporciona um rodar sem trancos. O Duster tem até uma boa relação custo/benefício para quem não é muito exigente, mas fica devendo muito conteúdo se for comparado com seus concorrentes.
(*) Jornalista viajou a convite da Renault