A Jeep quer subir um degrau na sua linha de SUVs, que atualmente tem como ponto alto o Grand Cherokee. A entrada da marca em um segmento premium dará origem a uma luxuosa família de veículos, algo semelhante ao que o Range Rover representa para a Land Rover. Para mostrar onde pretende chegar em breve, a marca apresentou ao mundo um veículo conceito batizado com o nome de um ícone americano, o Jeep Wagoneer, que de alguma forma também entrou no imaginário dos brasileiros devido à influência cultural que o Tio Sam exerce por aqui.
O Jeep Wagoneer original foi lançado nos Estados Unidos em 1962. O modelo sucedeu ao Jeep Willys Station Wagon, modelo que correspondia à nossa Rural Willys. Sua primeira geração era até meio estranha, com design misturando a grade e os faróis de seu antecessor em uma carroceria mais moderna, com o porte que ficou consagrado como o de um legítimo station wagon americano. Nas gerações seguintes, essas linhas básicas pouco mudaram e surgiram elementos que ficaram clássicos nas peruas daquele país, como os apliques em madeira (a moda wood).
Além dos atributos para o fora de estrada que estão intrínsecos nos modelos da marca, o Jeep Wagoneer oferecia itens de conforto como direção hidráulica, ar-condicionado, volante ajustável e transmissão automática, lista que só cresceu ao longo dos anos. Havia até opção de suspensões independentes nas quatro rodas. Essas características fizeram com que o modelo seja considerado um precursor dos SUVs premium (título também reivindicado por outros modelos, como o Range Rover Classic). O ponto alto da sofisticação veio em 1984, com a chegada do Grand Wagoneer. Apesar dos anos de estrada e praticamente sem mudar, o modelo continuou em linha até 1991. Seu substituto foi o Jeep Cherokee, construído sobre a plataforma monobloco XJ, mais compacto e eficiente, mais parecido com o que hoje conhecemos como um SUV.
O CONCEITO Apesar de fazer referência ao modelo original, o conceito do Grand Wagoneer também agrega elementos da marca Jeep, como a grade de sete fendas. O destaque é a iluminação da bela grade, com uma faixa de LED integrando os faróis, um pontilhado luminoso entre as fendas e a inscrição Wagoneer iluminada logo acima. Os projetores dos faróis receberam em sua base moldura em madeira de teca. A carroceria do conceito é pintada em azul-claro e as rodas de alumínio são de 24 polegadas.
“O Grand Wagoneer Concept é inspirado no original, mas recebe uma interpretação moderna de luxo e liberdade. Procuramos criar um design elegante com uma silhueta imperecível, com inúmeros e marcantes detalhes artesanais que se unem numa imagem integral de presença indiscutível”, explica Ralph Gilles, head de Design da FCA.
DENTRO Um cockpit digital foi a ideia adotada para minimizar o uso excessivo de botões e comandos físicos, mas o resultado não ficou necessariamente minimalista. O painel traz nada menos que quatro telas, que somam 45 polegadas: o quadro de instrumentos digital, de 12,3 polegadas, a tela tátil do sistema multimídia, com 12,1 polegadas, outra tela situada logo abaixo, de 10,25 polegadas, que comanda várias funções, e a mais inovativa, com 10,25 polegadas, dedicada ao passageiro.
A segunda fileira de bancos também traz muitas telas: duas de entretenimento, cada uma com 10,1 polegadas, instaladas atrás dos assentos dianteiros, e uma no console central traseiro, com comandos voltados para o conforto. Apesar das proporções generosas, a terceira fileira de bancos é novidade no Grand Wagoneer Concept. O veículo tem capacidade para sete passageiros, com assentos independentes nas duas fileiras da frente, onde cada passageiro também tem seus próprios apoios de braço, e uma terceira fileira capaz de levar três pessoas.
Além das amplas janelas, que fazem alusão ao modelo clássico, o interior traz teto panorâmico emoldurado com madeira de teca. Aliás, se o Grand Wagoneer original era caracterizado pela utilização abundante de madeira por fora, no estilo wood, este veículo-conceito faz uso massivo desse material por dentro. O painel, os bancos e as portas trazem revestimento em couro. A luz ambiente é personalizável.
CONECTIVIDADE Para tanta demanda de conectividade, a Jeep garante que o sistema Uconnect 5 tem velocidade operacional cinco vezes superior em relação à geração anterior, oferece mais possibilidades de customização e é capaz de acessar vários aplicativos. O sistema de áudio do conceito é assinado pela McIntosh e oferece 23 alto-falantes conectados a um amplificador de 24 canais.
HÍBRIDO Já Inserido no conceito de eletrificação que a linha Jeep vem incorporando ao longo dos anos, o Grand Wagoneer nasce com powertrain híbrido plug-in. A marca já elenca os benefícios da eletrificação: “Esses veículos serão os Jeeps mais eficientes e ecologicamente corretos já feitos e proporcionarão uma experiência de direção tranquila e silenciosa ao ar livre, ao mesmo tempo em que elevam o desempenho, as capacidades off-road e a diversão nas estradas graças ao maior torque e resposta imediata”. Não foram fornecidos números de potência e torque. Além da tração 4x4, o veículo é equipado com suspensão pneumática independente e ampla capacidade de reboque.
Por enquanto, a Jeep adiantou que, quando entrar em produção, a nova linha terá dois modelos, o Wagoneer e o Grand Wagoneer. Os modelos já chegam às concessionárias no próximo ano, sinal de que o conceito apresentado já é praticamente o carro de produção. Os veículos serão produzidos na planta de Warren, perto do centro de Detroit. A exportação está nos planos da marca.
.