A chegada do coronavírus ao Brasil também mudou a dinâmica dos lançamentos de novos modelos no mercado automotivo. O lançamento da terceira geração do Chevrolet Tracker estava marcado para meados de março, quando as restrições para viagens e aglomerações de pessoas começaram a vigorar. A solução encontrada foi o lançamento por videoconferência, seguido por test-drives regionalizados, no lugar do formato tradicional de centralizar presencialmente toda a imprensa especializada para conhecer o novo produto. Confira a seguir os principais destaques de 2020.
FIAT STRADA
Foi o principal lançamento do ano, repleto de pontos positivos. Inicialmente, a picape era o “Bezerro”, filhote da Toro, principalmente devido à traseira. Mas, logo seu visual se impôs, com uma dianteira “parruda”. São dois tipos de carroceria, com destaque para a cabine dupla de quatro portas. Já a cabine Plus tem espaço interno ligeiramente maior que a simples. Se o velho motor 1.4 Fire foi mantido nas versões de entrada, o eficiente 1.3 Firefly equipa as mais caras. O pacote de entrada é bem completo – com ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo, volante com regulagem em altura, iluminação da caçamba, porta-escada, controle de tração (E-Locker), controle de estabilidade, auxílio de partida em rampa, luzes diurnas (DRL), rodas de aço de 15 polegadas e grade de proteção do vidro traseiro –, o que compensa um pouco o preço inicial de R$ 65.990.
CHEVROLET TRACKER
O SUV compacto, que antes vinha do México, passou a ser produzido no Brasil. O novo Tracker chegou com um design bem mais interessante que a geração anterior, com opções de motor 1.0 turbo e 1.2 turbo. Na lista de equipamentos de série, destaque para os seis airbags, controle de estabilidade e tração, o que faz o modelo, mesmo vendido a partir de R$ 89.690, ter uma boa relação custo/benefício dentro do segmento. Já a versão de topo traz alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência, alerta de ponto cego, indicador de distância do veículo da frente e sistema de monitoramento da pressão dos pneus. Outro destaque é a nova geração do MyLink, com internet wi-fi, tela tátil de oito polegadas, conexão com dois celulares via Bluetooth, além de carregador wireless. Todo o investimento deu certo; o modelo vai ficar na terceira colocação do segmento e deve brigar pela liderança em 2021.
CHERY ARRIZO 6
O sedã médio foi uma das maiores surpresas de 2020. Com visual de fastback e uma ótima apresentação do interior, com três telas de comando, além do bom acabamento, o Arrizo 6 chegou com muita personalidade. O motor 1.5 turbo proporciona bom desempenho, e, para brilhar, só faltou um pouco mais de torque. Vendido em versão única, por R$ 108.750, a aposta também é no custo/benefício, com itens como chave presencial, teto solar, câmera 360 graus, além de seis airbags e controles de tração e estabilidade.
Vw NIVUS
Outro lançamento muito celebrado, só não ficou nas cabeças pela falta de novidades, já que herdou plataforma e conjunto mecânico do Polo. Versão aventureira do hatch, o modelo é apresentado como SUV compacto. Com preços de R$ 89.150 e R$ 102.050, ficou muito salgado. Mas o design é muito bonito, ameaçando os desempenhos do Polo e do T-Cross.
FORD TERRITORY
O SUV médio importado da China também nos surpreendeu, a começar pelo porte e belas linhas. O Ford Territory também agradou pelo espaço interno, acabamento e conteúdo. O motor 1.5 turbo ficou pouco para puxar os mais de 1.600 quilos do modelo. Vendido a partir de R$ 179.900, o SUV não tem preço convidativo, mas agrada.
HONDA CIVIC SI
Reestilizado, o cupê de duas portas chegou com mudanças discretas, mas muito bem acertadas. O conjunto mecânico também foi aprimorado, com o mesmo motor 1.5 turbo de 208cv, mas agora acoplado ao câmbio manual de seis marchas. Vendido em versão única, o pacote de equipamentos também ficou maior. Importado do Canadá, o modelo não é nenhuma barbada: R$ 209.900. Mas a diversão é garantida!
PEUGEOT 208
Sem dúvida, foi a maior decepção do ano. Pelo visual, o novo Peugeot 208 deveria ter sido o lançamento do ano, mas a marca pecou em todo o resto. Além dos preços nada convidativos, o compacto é oferecido apenas com o velho motor 1.6 aspirado, enquanto todos esperavam o propulsor 1.2 turbo. O espaço interno é restrito e o acabamento é simples demais, principalmente nas versões de entrada. A nova geração deixou de ser brasileira e passou a ser fabricada na Argentina.
NISSAN VERSA
O sedã compacto fabricado no México entrou para o time dos premium, mas com poucos atrativos para fazer volume em um segmento com adversários casca-grossa, a começar pela manutenção do antigo motor 1.6 aspirado e a falta de preços competitivos. O design melhorou muito. O interior tem bom espaço e, de quebra, o sedã herdou o painel do Kicks. Vendida a partir de R$ 74.490, a versão de entrada oferece airbags frontais, laterais e de cortina, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, além de chave presencial, ar-condicionado e rodas de aço de 15 polegadas.
KIA RIO
O hatch compacto premium fabricado no México também chegou sem grandes atrativos para disputar no segmento. Seu design não é o mais atraente, o pacote de equipamentos não oferece o melhor custo/benefício e nem tem motor turbo. Uma grande escorregada é a telinha do quadro de instrumentos não fornecer velocímetro digital e nem computador de bordo, em um modelo que custa a partir de R$ 69.990. Em um ano complicado, até novembro foram vendidas apenas 321 unidades.
RENAULT DUSTER
Foi só no início do ano que o modelo ganhou o visual que a Europa já tinha desde 2017. Com a manutenção da antiga plataforma e motorização, o SUV compacto não teve qualquer evolução tecnologia ou de segurança. Por isso, o mercado não recebeu o novo Duster como uma nova geração, mas apenas uma reestilização. O visual externo foi apenas atualizado, mas o painel melhorou demais. Se em seus primórdios o modelo era interessante pelo custo/benefício, atualmente não passa nem perto disso.
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