Téo Mascarenhas
Quando foi lançada, em 1999, a Hayabusa tinha o carimbo de moto de série mais rápida do mundo, superando os 300km/h. O próprio batismo japonês Hayabusa foi emprestado de um falcão-peregrino que, na hora do ataque, também mergulha a mais de 300km/h. Curiosamente, a sua presa preferida são os melros, conhecidos como black bird (pássaro negro), que, “coincidentemente” batizava uma de suas principais concorrentes, a Honda CBR 1100XX Blackbird. Esse modelo da Honda saiu de linha em 2007, mas a Hayabusa continuou e chega à sua terceira geração já como modelo 2022.
A Suzuki, representada no Brasil pela J. Toledo, já comercializa o modelo e vai trazer a nova versão, embora ainda sem preço e data de lançamento definidos. A velocidade da Hayabusa sempre foi destaque. Porém, sua evolução foi bastante lenta. A primeira versão, de 1999, durou quase uma década, substituída pela segunda geração, em 2008, que acrescentou potência. Em 2013, outra atualização, com a adoção de freios com pinças monobloco Brembo e sistema ABS. O visual, contudo, se manteve praticamente inalterado, com formas mais volumosas e arredondadas, além de iluminação em LED.
GERAÇÃO Para se adequar aos novos tempos, 22 anos depois, a terceira geração foi mais substancial, incorporando recursos eletrônicos, assistentes de pilotagem e 550 novas peças. O motor, com quatro cilindros em linha e 1.340cm³ de cilindrada, entrega 190cv a 9.700rpm, enquanto o torque atinge 15,3kgfm a 7.000rpm. Em relação ao modelo anterior, o propulsor perdeu 7cv para atender às exigências ambientais de emissões equivalentes às normas Euro 5. Em compensação, torque e potência máximos aparecem em rotações ligeiramente mais baixas, facilitando a pilotagem.
As mudanças no motor incluíram novos pistões, bielas e virabrequim, além de uma nova caixa do filtro de ar com capacidade aumentada de 10,3 para 11,5 litros. A aerodinâmica também foi melhorada, com tomadas para captação na dianteira, permitindo uma melhor “respiração” do motor, conhecida como SRAD. As mudanças, porém, não descaracterizaram o perfil do modelo, que conservou um visual semelhante ao da primeira geração. Os escapes, entretanto, estão mais robustos, embora 2 quilos mais leves.
ELETRÔNICA Os tempos mudaram e exigem o emprego maciço da eletrônica, que também limitou a velocidade máxima para “apenas” 299km/h. A Hayabusa 2022 conta ainda com acelerador eletrônico e a central de medição inercial de seis eixos, que integram os vários sistemas eletrônicos de auxílio à pilotagem. São três mapas de motor, 10 níveis de controle de tração (além do “desligado”), 10 níveis de controle de elevação da roda dianteira nas reacelerações (mais o “desligado”), controle de largada em três níveis e controle do freio motor em três níveis (fora o “desligado”).
Ainda como auxiliares da pilotagem, o quickshift é bidirecional, permitindo trocar as marchas sem desacelerar e sem utilizar a embreagem, o piloto automático foi incorporado e o assistente de partida em rampas não deixa a moto voltar. O quadro em alumínio também foi revisto, assim como o painel. Embora mantenha os relógios analógicos, foi adicionada uma tela em TFT colorida que informa até o ângulo de inclinação da moto. Os freios com pinças Brembo Stylema têm sistema ABS. As suspensões são Kayaba reguláveis.