O Fiat Argo fechou o conturbado ano de 2020 mantendo sua sexta colocação entre os automóveis mais vendidos do Brasil. Lançado em 2017, o modelo já havia se destacado do Volkswagen Polo já no fim de 2019, com o qual começou a travar um duelo pelo domínio do então renovado segmento dos compactos premium. À medida que o segmento foi ganhando competidores, como os novos Onix e HB20, o Polo foi caindo pelas tabelas na mesma proporção em que, pouco a pouco, ficou mais caro. Assim, a proposta do Argo em oferecer uma gama mais ampla, já que o modelo substituiu o Palio e o Punto, se mostrou acertada.
Na Linha 2021, o Argo recebeu a nova logomarca da Fiat, além da bandeirinha da Itália na grade. Porém, a unidade testada, esta das fotos, traz um pacote de opcionais bastante interessante, composto por equipamentos que serão analisados mais à frente, além de um verdadeiro banho de loja que enriquece muito o visual da versão “standard”. Assim, o para-choque foi “cravejado” por faróis de neblina, rodas escurecidas em liga leve de 15 polegadas substituem as de aço estampado de 14 polegadas (adornadas por calotas), retrovisores e spoiler ganham contraste em preto, além da logomarca escurecida.
O pacote Série S-Design também dá um “tapa” no interior, que ganha temática escurecida e detalhes exclusivos. O interior é “espartano” quanto aos materiais, com bancos revestidos em tecido, muito plástico e até tapetes de borracha. Ao menos a tela flutuante de sete polegada dá uma melhorada. O espaço interno é bom, mas o banco de trás oferece conforto apenas para dois passageiros. Com 300 litros, o porta-malas tem volume adequado para um compacto, abrigando também o estepe. Se precisar carregar algo maior, o encosto do banco traseiro rebate integralmente, mas sem oferecer a versatilidade dos sistemas fracionados.
RODANDO O motor 1.3 tem uma boa combinação de desempenho (claro, para um motor de baixo volume e sem turbo) e economia de combustível. É o ideal para quem busca um veículo racional, com boa performance na cidade, onde se costuma rodar a maior parte do tempo, e alguma limitação na estrada. O câmbio manual ajuda a ter mais controle da situação, mas, quem busca por mais conforto, em breve haverá uma versão que vai “casar” este motor a um câmbio automático CVT, já que o propulsor 1.8 usado pela marca já está fazendo hora extra. A suspensão do compacto oferece conforto aos ocupantes, e a direção com assistência elétrica é leve nas manobras e mais firme em velocidade elevada.
CONTEÚDO A lista de equipamentos de série do Argo 1.3 Drive, que tem preço sugerido de R$ 65.790, é bem limitada. Talvez, seu destaque seja o sistema multimídia, com tela tátil de sete polegadas e conexão com smartphones. É aí que o tal pacote Série S-Design se torna interessante, acrescentando chave presencial, ar-condicionado digital, controle de tração e estabilidade e assistente de frenagem em rampa. Somado aos itens visuais já citados, todo este conteúdo vai gerar um acréscimo de R$ 3.880, o que é um valor competitivo.
CONCORRENTES Entre os principais concorrentes, apenas o Chevrolet Onix tem melhor relação custo/benefício. Em sua versão Turbo AT (vendida por R$ 65.390), além do câmbio automático e o motor 1.0 turbo, o compacto da Chevrolet traz ainda seis airbags, assistente de partida em rampa, e controle de estabilidade e tração. Já o Hyundai HB20, em sua versão 1.6 Vision (R$ 69.690), tem a mais que o Argo 1.3 Drive apenas as rodas de liga leve de 15 polegadas, porém, seu preço fica praticamente igual ao modelo testado com o pacote de opcionais, que acrescenta muitos itens. Já o Volkswagen Polo 1.6 MSI (R$ 74.090) é mais equipado, com rodas de liga leve de 15 polegadas, assistente de partida em rampa, airbags laterais, controle de estabilidade e tração, mas custa R$ 10 mil a mais.