Lançada em março do ano passado, a nova geração do Chevrolet Tracker marcou a nacionalização do modelo, que finalmente começou a atuar como protagonista entre os SUVs compactos devido a boa relação custo/benefício. O modelo foi o primeiro lançamento “sabotado” pela pandemia da COVID-19, cenário que, nos últimos meses, comprometeu seu bom desempenho. Após alcançar a vice-liderança do segmento em abril, a falta de semicondutores provocou a paralisação da produção e o compacto fechou junho em quarto lugar.
Porém, mais cedo ou mais tarde, a falta de componentes vai chegar ao fim e o Tracker poderá voltar a competir em pé de igualdade com seus adversários. Para conferir o máximo que esse SUV tem para dar, testamos a versão de topo Premier 1.2 AT6. Trata-se da única a trazer sob o capô o motor 1.2 turbo, que oferece 17cv a mais de potência que o motor 1.0 turbo usado nos demais pacotes, sendo que a diferença de preço para a mesma versão Premier 1.0 é de R$ 8.580. Mas, será que vale a pena pagar essa diferença ou é melhor economizar essa graninha?
RODANDO Na prática, o motor 1.2 turbo, de 133cv, roda bem mais solto. Assim, mesmo na cidade, é evidente como esse propulsor faz o SUV compacto ganhar velocidade rapidamente, demonstrando bom fôlego, evidenciando a principal vantagem sobre o motor menor, que é o torque de 21,4kgfm (4,6kgfm a mais). Já o 1.0 só entrega seu desempenho se for provocado de forma mais incisiva, abrindo mão da economia de combustível, o que não acontece com o propulsor do veículo testado. O câmbio automático de seis marchas tem a opção de trocas manuais por um botão localizado na própria alavanca, o que é pouco convidativo. Já as suspensões se destacam pelo conforto de rodagem, sem deixar de dar confiança nas curvas. A direção com assistência elétrica tem pesos adequados nas mais diferentes situações.
A BORDO Para o motorista encontrar a melhor posição de dirigir possível, além do banco com ajuste manual em altura, o volante tem regulagem em altura e distância. O banco traseiro acomoda com conforto dois passageiros, e oferece de tudo para mimar os ocupantes, como saídas de ar-condicionado, porta-trecos, iluminação, tomadas USB e apoio de braço central. O porta-malas tem bom espaço para um compacto, com 393 litros, e pode ser ajustado em dois níveis. O compartimento de bagagem ainda abriga o estepe, que é de uso temporário, e pode ser ampliado rebatendo o encosto do banco traseiro, formando uma superfície plana.
Painel e portas trazem aplique texturizado em material de toque macio, que quebra um pouco do excesso de plástico no acabamento. Outro destaque é a tela flutuante de oito polegadas. O console central tem um nicho onde é possível recarregar o celular por indução. Os bancos são revestidos em couro, mesclando azul e preto, que combinam com a cor da unidade testada, chamada azul Eclipse (única cor metálica sem custo adicional). Se os tapetes acarpetados elevam o padrão de acabamento, o tecido que reveste o teto é demasiadamente simples. Mas o teto solar panorâmico definitivamente torna o interior do Tracker muito agradável.
CONTEÚDO A chave presencial fica devendo por existir botão para destravar o veículo apenas na porta do motorista, além da tampa do porta-malas. O Chevrolet Tracker Premier também se destaca pelas funções semiautônomas, como frenagem automática de emergência, sistema de estacionamento automático e alerta de colisão frontal. Além do propulsor, o único item que essa versão equipada com motor 1.2 tem a mais que a Premier 1.0 é o teto solar panorâmico, o que atenua bastante a diferença de preço, já que este item chega a custar R$ 5 mil em outros modelos.
CONCORRENTES Comparado às versões de topo dos três primeiros colocados do segmento, o Tracker 1.2 Premier se destaca pelos itens semiautônomos já citados, pelo sistema multimídia com internet Wi-Fi e espelhamento sem fio, e pelo teto solar. O único concorrente a trazer teto solar é o Jeep Renegade 1.8 Limited (R$ 129.490), que ainda tem rodas de 19 polegadas, ar-condicionado de dupla zona e freio de estacionamento acionado por botão. O Hyundai Creta 2.0 Prestige (R$ 122.090) traz banco do motorista com ventilação, ar-condicionado com saídas para o banco traseiro, e sistema multimídia com GPS e televisão digital. Já o Volkswagen T-Cross 250 TSI Highline (R$ 138.950) se destaca pelo motor 1.4 turbo, quadro de instrumentos digital, banco do motorista com ajuste lombar e sistema multimídia com tela de 10 polegadas e GPS.
FICHA TÉCNICA
MOTOR (*)
Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 12 válvulas, 1.199cm³ de cilindrada, flex, que desenvolve potências de 132cv (gasolina) e 133cv (etanol) a 5.500rpm, e torques de 19,4kgfm (g) e 21,4kgfm
(e) a 2.000rpm
TRANSMISSÃO (*)
Tração dianteira, com câmbio automático de seis marchas
SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS (*)
Dianteira, independente, tipo Mc Pherson, com barra estabilizadora; e traseira semi-independente, com eixo de torção/de liga leve de 7x17 polegadas/215/55 R17
DIREÇÃO (*)
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva
FREIOS (*)
A discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e EBD
CAPACIDADES (*)
Do tanque, 44 litros; porta-malas, 393 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 410 quilos
DIMENSÕES (*)
Comprimento, 4,27m; largura, 1,79m; altura, 1,62m; e distância entre-eixos, 2,57m; altura em relação ao solo, 16,1cm
ÂNGULOS (*)
De entrada, 17 graus; de saída, 28 graus
PESO (*)
1.271 quilos
PERFORMANCE (*)
Velocidade máxima de 185km/h (e)
Aceleração até 100km/h em 9,4 segundos (e)
CONSUMO (**)
Cidade: 11,2km/l (g)/7,7km/l (e)
Estrada: 13,5km/l (g)/9,4kml (e)
(*) Dados dos fabricantes
(**) Dados do Inmetro
(g) gasolina (e) etanol
EQUIPAMENTOS
DE SÉRIE
Airbags frontais, laterais e de cortina; alerta de colisão frontal; alerta de ponto cego; controle eletrônico de estabilidade e tração; faróis em LED com luz auxiliar para manobras; frenagem automática de emergência; Isofix; indicador de distância do veículo da frente; luz de condução diurna; regulagem de altura dos faróis; monitoramento da pressão dos pneus; rack de teto; spoiler traseiro; acendimento automático dos faróis; ar-condicionado digital; assistente de partida em aclive; câmera de ré; carregador wireless; chave presencial; volante com regulagem em altura e distância; controlador de velocidade de cruzeiro; sistema de estacionamento automático; retrovisor interno eletrocrômico; retrovisores elétricos; painel de instrumentos com tela de 3,5 polegadas; sensor de chuva; sensores de estacionamento dianteiro, lateral e traseiro; teto solar panorâmico; bancos com revestimento em couro nas cores preto e azul; banco do motorista com regulagem de altura; antena de teto; Chevrolet MyLink com tela de oito polegadas, integração sem fio com smartphones por meio do Android Auto e Apple e CarPlay e Wi-Fi embarcado; entrada USB dupla para o banco traseiro.
OPCIONAIS
Não há.
QUANTO CUSTA
O Chevrolet Tracker Premier 1.2 AT é a versão de topo do SUV compacto, com preço sugerido de R$ 131.430.