O Grupo Volkswagen confirmou que vai relançar uma releitura da linha Scout no mercado americano, modelo produzido por lá entre os anos de 1960 e 1980. Naquela época, o modelo era fabricado pela International Harvester, empresa que também produzia caminhões, motores, máquinas agrícolas e muito mais. Porém, agora a nova marca do Grupo Volkswagen ganha o nome do modelo que fez sucesso como picape e como um precursor dos SUVs: Scout.
Ainda não foi divulgado o local exato, mas os veículos serão projetados e construídos nos Estados Unidos. Já foram divulgados esboços oficiais revelando que o modelo renasce com as mesmas variantes originais, uma picape e um SUV, porém, 100% elétricos. O modelo terá uma plataforma nova, pensada para elétricos, com capacidade para o fora de estrada.
Apesar disso, já foi adiantado que haverá sinergia entre as marcas do grupo, apesar de a Scout ter atuação independente. Protótipos começam a rodar já em 2023. A Volkswagen está investindo pesado no mercado americano, onde quer dobrar sua participação de 5% para 10%. Para isso, já iniciou a produção do SUV elétrico ID.4, e, em breve, terá o reforço do carismático ID Buzz, a releitura elétrica da Kombi.
Mas, o que o Grupo Volkswagen tem a ver com a International e o Scout? É que, quando a empresa precisou fechar as portas em meados da década de 1980, sua divisão de caminhões Navistar International foi adquirida pela Traton, que é o braço de veículos pesados do grupo alemão. Curiosidade: na década de 1960, a International chegou a atuar no Brasil como subsidiária na construção de caminhões.
HISTÓRIA
O Scout 80 foi lançado nos Estados Unidos em 1960, com uma carroceria extremamente versátil. Com teto rígido, removível ou em lona, seja inteiriço ou fracionado, o veículo podia ser usado como picape, perua ou até um conversível. Sua proposta era ser um pouco menos espartano que um jipe Willys, apesar de ainda ser bastante rústico.Uma versão “motorhome” chegou a ser lançada em 1963, a Campermobile, com beliche, cozinha e banheiro, mas não chegou a fazer sucesso. Com 3 mil unidades, a série limitada Red Carpet, em comemoração às 100 mil unidades produzidas, foi disputada, trazendo carroceria branca e interior vermelho.
Em 1965, o modelo foi renovado, passando a se chamar Scout 800. Sua principal novidade era a oferta de um banco traseiro com opcional, transformando oficialmente o veículo em um jipe, mas ainda havia a opção de picape. Aqui também nascia a história do modelo como um dos vários que são considerados os precursores dos SUVs modernos.
Em 1968, o modelo ganhou itens de conforto e passou a ser denominado Scout 800A. Sua versão mais sofisticada, chamada Aristocrat, trazia rack de teto em aço inoxidável, rodas de rali e pintura em dois tons, azul e prata. Ainda houve uma atualização de vida curta em 1970, o Scout 800B, com pequenas mudanças. Essa primeira década do Scout é considerada vitoriosa, tendo superado a própria Jeep no mercado americano.
Em 1971, chegou ao mercado o Scout II, com novos detalhes visuais e distância entre-eixos menor em quase 8 centímetros. Até sair de linha, em 1980, o modelo basicamente mudou de grade a cada ano que passou. Uma carroceria com a distância entre-eixos alongada foi lançada a partir de 1975, com as versões Traveler e Terra. Ao todo, ao longo de 20 anos, foram fabricados mais de 500 mil unidades do Scout. Um dos motivos do fim da empresa foi a crescente dificuldade em competir com as três grandes de Detroit: Ford, General Motors e Chrysler.
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