Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

PT vai focar na polarização e já descarta desgaste com a terceira via

Enquanto as eleições ainda não começam oficialmente, as pesquisas de intenção de voto divulgadas por diferentes institutos são termômetros do pleito deste ano -, já polarizado entre o ex-presidente Lula e o atual Jair Bolsonaro.



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Conforme a última pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 16 de março, Bolsonaro ganhou algum fôlego eleitoral. Lula se mantém na liderança com 46% das intenções de voto, contra 26% de Bolsonaro, mas o mandatário ganhou dois pontos percentuais no limite da margem de erro da pesquisa em relação à pesquisa do último mês.

Já a pesquisa do Instituto Ipespe divulgada em (11/3), também apontou uma redução entre ambos. Lula com 43% e Bolsonaro com 28%, 15 pontos percentuais. A redução foi de 5 pontos percentuais em relação à primeira pesquisa do ano, divulgada em janeiro. Na época, a diferença era de 20 pontos percentuais.


De acordo com Camila Moreno, membro da Comissão Executiva Nacional do PT, a expectativa é que a eleição seja polarizada, devido à ausência de uma terceira via competitiva, "explica um pouco também essa última subida de Bolsonaro nas pesquisas, Sergio Moro e Ciro Gomes não crescem%u201D, disse.



Ela ainda explicou que o foco da campanha do ex-presidente será a retomada econômica e políticas sociais. %u201CCurioso que o Auxílio Brasil justifique justamente o crescimento dos que foram contra as políticas de transferência, não eram eleitorais%u201D, observou.


Ainda ao Correio, Jilmar Tatto, secretário nacional de Comunicação do partido, contou que na próxima semana haverá uma reunião sobre a tática eleitoral que a sigla adotará neste pleito. %u201CAvaliamos que esta será uma campanha plebiscitária. Iremos debater palanques estaduais.

A terceira via não preocupa o partido, só Jair Bolsonaro, devido ao ambiente polarizado%u201D, pontuou. Para o secretário, em função dessa polarização, o eleitor acabará decidindo entre os dois. %u201CVamos trabalhar dentro deste quadro eleitoral%u201D, afirmou. Os eleitores de Lula e Bolsonaro são difíceis de mudar. O grande desafio para o partido é pegar os indecisos%u201D, destacou.






Segundo o cientista político André Rosa, o crescimento de Jair Bolsonaro nas pesquisas é natural, conforme o pleito se aproxima. "Ele é um pré-candidato que tem nas mãos a máquina pública e é natural esse crescimento conforme as eleições vão se afunilando%u201D, disse. Rosa destacou que Lula capturou os votos do eleitorado progressista, já Bolsonaro de uma ala mais conservadora.

%u201CHá pouco espaço para o Ciro Gomes entre os progressistas. Bolsonaro puxa os votos de Sergio Moro, João Doria e dos indecisos à centro-direita. Essa captura tem explicação, os eleitores não conhecem os candidatos dessa centro-direita e por isso, essa posição pró-bolsonaro. Não pela popularidade dele, mas pelo desconhecimento dos demais%u201D, explicou.

Ele ainda destacou que a esquerda não tem outro candidato competitivo a não ser Lula, enquanto a direita segue fragmentada.


O deputado e ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse nada está garantido.

%u201CNo cenário de segundo turno, o Lula derrota seus adversários, mas não podemos concluir que a eleição está ganha%u201D, disse. O parlamentar explicou que o PL de Valdemar Costa Neto está fazendo sua base de deputados, mas também os da base do governo e do centrão %u201Cum número considerável de deputados. Eu diria o PL, PP, os partidos da base%u201D, explicou. Chinaglia observou que o puxador de votos às siglas é Bolsonaro devido à sua projeção. %u201CCom todo o respeito aos partidos, mas quem puxa voto é o Bolsonaro. Não dá para lançar um candidato à presidência se ele não puxar votos. Para eles é Bolsonaro, para nós é Lula%u201D, concluiu.





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