Vesna Vulovic entrou para a história como a mulher que sobreviveu a uma queda de 10 km de altitude. Mais precisamente, 10.160 metros.
Sabe aquela série de filmes "Premonição", em que as pessoas que escapam da morte acabam morrendo logo em seguida porque chegou a hora delas? Com Vesna, passaram-se 44 anos até que, finalmente, ela morresse. Veja que história!
Nascida em 3 de janeiro de 1950, em Belgrado, na Sérvia, Vesna era comissária de bordo da JAT Yugoslav Airlines.
O voo 367 era operado em rotas entre Estocolmo (Suécia) e Belgrado (hoje capital da Sérvia, então parte da Iugoslávia).
O avião decolou às 15h do dia 26 de janeiro de 1972 do aeroporto de Copenhague (foto), capital da Dinamarca
Quando o avião sobrevoava o espaço aéreo da então Tchecoslováquia, uma hora após a decolagem, houve uma explosão no compartimento de cargas.
A explosão fez com que o jato McDonnell Douglas DC-9 (igual ao da foto), se desintegrasse em voo.
Das 28 pessoas a bordo, entre tripulantes e passageiros, apenas Vesna sobreviveu. E isso ocorreu por causa de uma soma de fatores, inclusive porque Vesna ficou na cauda, que se soltou do restante do avião. .
Pra começar, Vesna foi a única que não foi lançada para fora do avião, pois ficou presa a um carrinho de serviço de bordo.
Além disso, a parte do avião em que ela estava caiu numa área repleta de árvores e uma grossa camada de neve, amortecendo a queda.
E, pra terminar , ela foi encontrada por um homem que tinha servido como médico na Segunda Guerra Mundial. E que, após prestar os primeiros socorros, a levou para o hospital.
Vesna sofreu várias fraturas nas pernas, costelas, crânio e vértebras.
Vesna ficou alguns dias em coma e depois foi se recuperando. Após 10 meses, ela voltou a andar, embora mancando.
Um monumento foi criado em memória das vítimas do acidente.
Vesna passou a participar de cerimônias em homenagem aos mortos na tragédia, levando flores em memória das vítimas.
Vesna não tinha a lembrança do acidente. A última imagem do caso que ela recordava era o embarque dos passageiros. Por isso, ela não ficou com trauma psicológico. Mesmo assim , com as sequelas do acidente, ela não pôde voltar a trabalhar como aeromoça.
Mas continuou na companhia aérea para serviços administrativos, principalmente para negociação de contratos de frete.
O então presidente da Iugoslávia, Josip broz Tito (foto) concedeu a Vesna uma condecoração como heroína nacional.
Em 1985, Vesna entrou para o Livro Guiness dos Recordes como a pessoa que sobreviveu a uma queda com maior altitude.
A explosão foi investigada e as hipóteses foram de ato terrorista por nacionalistas croatas ou de engano por parte da Força Aérea Tcheca, que teria confundido o avião com um jato inimigo.
Não houve um conclusão definitiva e ninguém foi preso.
Vesna tornou-se ativista política e foi demitida em 1990 por participar de um protesto contra o então presidente Slobodan Milosevic.
Nos últimos anos de sua vida, Vulovic viveu com uma pensão baixa, em seu apartamento velho. E já recusava participar de solenidades que lembravam o acidente. Também recusou entrevistas, inclusive no programa de Oprah Winfrey. Dizia que estava cansada.
Ela morreu em 23/12/2016, aos 66 anos, em Belgrado, capital da Sérvia. Vivia sozinha, com 3 gatos. A causa da morte não foi divulgada. Mas amigos disseram que ela enfrentava problemas de coração.