O mundo tem dois sistemas de trânsito. Lugares onde as pessoas dirigem os carros sentadas na parte da esquerda, com o carro na pista da direita (em vermelho). E o contrário: volante à direita no carro, que trafega na pista à esquerda (em azul).
A mão francesa é a mais comum no mundo. E é a que adotamos no Brasil. Os motoristas dirigem pela pista da direita.
E o volante fica no lado esquerdo do carro. As ultrapassagens são feitas pela esquerda.
A mão inglesa é a invertida. O volante fica no lado direito do veículo e o motorista precisa seguir pelo lado esquerdo das ruas.
A Inglaterra é o país que mais simboliza essa mão que, por isso mesmo, leva o nome de "inglesa".
Os filmes de Mr Bean sempre mostram o comediante no Mini Cooper. Um personagem popular que chama atenção do público brasileiro, dirigindo pelo lado oposto ao que estamos acostumados.
Ao todo, mais de 50 países têm o tráfego pela mão direita e a maioria teve colonização britânica.
Mas os Estados Unidos e o Canadá, que também foram colonizados pela Inglaterra, nem por isso se deixaram influenciar neste aspecto. E ambos têm a mão francesa. Na foto, trânsito em Seattle, EUA.
O filme "O Amor não Tira Férias" faz uma sátira sobre essa situação. A personagem de Cameron Diaz, que mora nos EUA e viaja à Inglaterra, fica apavorada sem saber se conseguirá equilíbrio para dirigir do lado "errado".
Diz a lenda que os seus governos, antigamente, fizeram isso justamente para marcar posição na independência. Na foto, via em Toronto, no Canadá.
Entre os principais países com mão inglesa estão a Austrália e Nova Zelândia, na Oceania. Na imagem, uma rua em Auckland, na Nova Zelândia, uma das cidades que sediarão a Copa do Mundo Feminina, em 2023.
Na África, a mão inglesa prevalece em países do Sul e Sudeste. Entre eles, a África do Sul . Na foto, trânsito na Cidade do Cabo, a cidade mais turística do país.
Já o Japão, mesmo sem ter sido dependente da Inglaterra, tem a mão inglesa. Uma explicação é que os samurais, como os cavaleiros ingleses, portavam as espadas do lado esquerdo da cintura e andavam pelo lado esquerdo nas ruas, firmando uma tradição que se perpetuou.
Na Ásia, outros países também têm mão inglesa. Entre eles, Índia, Nepal, Tailândia e Singapura (foto).
Na América do Sul, apenas dois países têm mão inglesa: Guiana e Suriname.
Alguns países do Caribe, na América Central, também têm mão inglesa. Entre eles, Barbados, Bahamas e Jamaica. Na foto, Kingston, capital jamaicana.
Histórias de séculos atrás dão conta de que a mão inglesa surgiu porque os cavaleiros medievais empunhavam as espadas com a mão direita e se mantinham à esquerda para golpear os rivais. Daí os condutores de carroça começaram a usar esse método.
Como o líder militar francês - e imperador - Napoleão Bonaparte era canhoto, tudo tinha que ser guiado à direita em seus domínios, para que ele pudesse atacar com a mão esquerda.
No Brasil, há ruas onde, excepcionalmente, a mão de trânsito é inglesa. E o cuidado deve ser redobrado. É o que ocorre, por exemplo, na rua Professor Morais, em Belo Horizonte (MG).
O ideal é que as pessoas se acostumem a olhar para ambos os lados antes de atravessar a rua. Assim, adquirem um hábito que impede acidentes em caso de mudança de mão de trânsito.
Na Inglaterra, país muito visitado por turistas, as grandes cidades - como a capital Londres - têm avisos para os visitantes pintados no asfalto. Look Right (Olhe à direita) ou Look Left (Olhe à esquerda), para que as pessoas se lembrem da mão de trânsito local.
E você? Sabia dessas regras? Já dirigiu em mão invertida?