Na manhã desta terça-feira, novos ataques de drones atingiram Moscou, marcando o segundo incidente em dois dias consecutivos na capital russa.
Segundo as autoridades do Kremlin, os dispositivos foram efetivamente neutralizados pelo sistema de defesa antiaéreo.
Um dos drones conseguiu atingir um edifício situado em um bairro comercial de Moscou, porém não causou nenhuma vítima.
Uma ação semelhante foi interceptada contra navios da Marinha russa no Mar Negro, um local onde as tensões têm aumentado desde a revogação do Acordo de Grãos no mês passado.
Essa foi a segunda tentativa de ataque da Ucrânia a navios russos no Mar Negro em duas semanas.
O acordo de grãos permitia o escoamento de grãos ucranianos na região e, desde que foi abandonado pela Rússia, passou a representar uma nova área de tensão.
Desde então, a Rússia iniciou uma campanha de bombardeio contra portos da Ucrânia, incluindo um no Rio Danúbio, a menos de 200 metros da Romênia, país membro da Otan.
Segundo Moscou, não houve danos aos navios Serguei Kotov e Vassili Bikov.
As autoridades russas estão em alerta para lidar com possíveis ameaças futuras à capital Moscou.
O ataque foi rotulado como um atentado terrorista pelo Ministério da Defesa russo, apesar de Moscou usar drones cotidianamente contra cidades ucranianas.
Conforme relatado pelo prefeito da capital, Sergei Sbyanin, o drone atingiu novamente o mesmo arranha-céu já alvo de ataques no domingo passado (30/08).
Segundo Sbyanin, a fachada, especificamente no 21º andar, sofreu danos significativos, resultando em janelas quebradas em uma área de aproximadamente 150 metros quadrados.
Os eventos ocorridos nesta terça-feira representam mais um episódio de uma sequência de ações destinadas a atingir o território russo.
Apenas este ano, a rede de comunicação britânica BBC registrou mais de 120 ataques de drones na Rússia ou em áreas sob seu controle.
Depois do primeiro ataque, todos falaram: 'não vão atacar o mesmo lugar duas vezes', mas esta manhã acordamos em estado de choque, relatou uma moradora do bairro atingido pela explosão.
A exemplo do que aconteceu nos ataques de domingo, o aeroporto internacional Vnukovo em Moscou precisou fechar temporariamente.
O Kremlin confirmou que mais dois drones foram interceptados e destruídos pela defesa aérea nas áreas de Odintsóvo e Naro-Fominsk, que ficam próximas a Moscou.
Na região de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia, o governador anunciou que a área está novamente sujeita a ataques de artilharia.
Kiev concentrou seus ataques em regiões fronteiriças nos últimos meses, incluindo Bryansk, e também na península da Crimeia, que foi anexada por Moscou em 2014.
Moscou fica localizada a quase 450 km da divisa com a Ucrânia e se tornou alvo apenas recentemente.
Em maio, um ataque ucraniano causou estragos a diversos edifícios na capital e chegou a atingir um prédio do Kremlin.
Na semana passada, Mykhailo Fedorov, vice-primeiro-ministro da Ucrânia responsável pelo chamado "Exército de Drones", revelou um significativo aumento na produção interna de drones pelos produtores ucranianos.
Mais de 10 mil operadores de drones já foram treinados, e outros 10 mil estão atualmente em processo de treinamento.
Durante o conflito, tanto as forças ucranianas quanto russas têm empregado uma diversidade de Veículos Aéreos Não Tripulados (UAVs) para fins de reconhecimento e ataques.
O ministro das indústrias estratégicas da Ucrânia, Oleksandr Kamyshin, informou que a empresa Baykar deu início à construção de uma fábrica destinada à produção de drones em território ucraniano.