Caso no Japão é estudado, já que doença é típica de pessoas idosas
Recentemente, um assunto pegou o mundo de surpresa: um diagnóstico de Mal de Alzheimer em um rapaz de 19 anos. A doença, cabe lembrar, aparece normalmente em idosos. É a pessoa mais jovem diagnosticada com o problema.
O nome do paciente não foi revelado. Sabe-se que ele mora em Pequim, na China. O jovem começou a ter sintomas há dois anos, o que intriga ainda mais os cientistas, que jamais se depararam com isso.
O caso foi publicado na revista Journal of Alzheimers Disease em janeiro. Antes deste, o paciente mais jovem diagnosticado com o problema tinha 21 anos e também era chinês.
A situação fica ainda mais curiosa pelo fato de o jovem não ter histórico da doença da família. Além disso, os familiares relatam que ele não passou por nenhum problema que poderia ter afetado a sua memória. A perda desta é o principal sintoma da doença.
O caso está sendo estudado pela Capital Medical University, que também fica em Pequim. Eles realizaram uma série de testes cognitivos com o paciente para chegarem ao diagnóstico.
As dificuldades dele o fizeram, entre outras coisas, ter que abandonar a escola, no último ano do Ensino Médio. Agora, a situação serve de laboratório para entender melhor a doença, especialmente em jovens.
Os exames no jovem identificaram uma atrofia do hipocampo cerebral, além do acúmulo da proteína beta. As duas são características da doença. Também houve um aumento da proteína tau, outra característica.
Explorar os mistérios dos jovens com doença de Alzheimer pode se tornar uma das questões científicas mais desafiadoras do futuro, disseram os pesquisadores ao jornal South China Morning Post.
Além de ter dificuldades na escola, o jovem também não conseguia se lembrar de coisas simples, como o que almoçou no dia anterior, dificuldade para se concentrar e ler.
Estima-se que o mundo tenha cerca de 40 milhões de pessoas com o Mal de Alzheimer. A doença é a principal causa da demência. Esta, por sua vez, acomete 55 milhões de pessoas. Em 2050, a estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que o planeta terá 139 milhões de pessoas com demência no mundo.
No Brasil, são cerca de 1,2 milhão de pessoas com Alzheimer. A estimativa é de que 100 mil novos diagnósticos são feitos anualmente. Estudos indicam que de 90 a 95% dos casos são em idosos.
Por outro lado, a Blue Cross Blue Shield (BCBS) destacou que, entre 2013 e 2017, houve um aumento de 200% nos diagnósticos entre pessoas de 30 a 64 anos. Já dos 30 aos 40, o aumento foi de 373%. Assim, há uma clara preocupação das autoridades.
O Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa, ou seja, uma doença que vai destruindo o seu corpo e o leva à morte. O Alzheimer não tem cura e, aos poucos, vai comprometendo as funções cerebrais.
O Alzheimer começa com perda de memória, mas apenas recente. Depois, o paciente perde até memórias antigas, delira e perde coordenação motora, que tem relação com o cérebro.
O desenvolvimento da doença também faz a pessoa esquecer como se fala ou falar coisas sem nexo. Infecções urinárias também podem aparecer. O doente não tem consciência do problema e pode chorar em excesso ou até mesmo tornar-se agressivo.
Um paciente com Alzheimer, portanto, dá muito trabalho físico e psicológico aos familiares. A expectativa de vida é pequena: de três a nove anos. As causas ainda são desconhecidas, mas os estudos mostram que é mais provável que ela seja causada por questões genéticas.
O tratamento para o Mal de Alzheimer busca retardar o avanço da doença, embora ela vá avançar. A doença foi descrita em 1901 pelo médico alemão Alois Alzheimer. Ela é relativamente recente porque hoje as pessoas vivem mais do que no Século XIX.
Os estudos também apontam que leitura, interação social ou qualquer outra atividade social ajuda a evitar a doença. Eles, porém, também não são conclusivos.
Ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan morreu em 2004, após dez anos de luta contra a doença. Ele tinha 93 anos e foi mandatário do país de 1981 a 1989.
O ator Charlton Heston morreu em 2008, aos 84 anos, após seis anos lutando contra os sintomas da doença. Ela, porém, não foi diagnosticada. Em 1960, viveu seu auge, com o Oscar de melhor ator pelo filme "Ben Hur".