Crime que chocou o Brasil, o assassinato da menina Isabella Nardoni completou 15 anos no dia 29 de março de 2023.
De acordo com a investigação policial, a criança foi sufocada pela madrasta e atirada da janela do sexto andar de um apartamento pelo pai.
Isabella tinha cinco anos e o crime aconteceu na na zona norte de São Paulo.
Um documentário que revisita o caso entrará no catálogo da Netflix nesta quinta-feira (17).
"Isabella: O Caso Nardoni" tem direção de Claudio Manoel, ex-Casseta & Planeta, e Micael Langer.
"A ideia é manter o caso na memória mesmo. Foi uma coisa marcante. Todo mundo que viveu aquela época se lembra, mas de muita coisa já não se recorda mais", explicou Claudio Manoel à Folha de S.Paulo.
O longa-metragem conta com depoimento de Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella.
Ao portal UOL, Ana Carolina Oliveira declarou ter relutado em dar entrevista para a produção a fim de preservar os filhos Miguel, de 7 anos, e Maria Fernanda, de 3.
"Liguei para o Claudio (um dos diretores) falando que achava que era muito delicado, que isso ia mexer com feridas, porque hoje isso envolve meus filhos. Tenho um filho de 7 anos que sabe que tem uma irmã mais velha, mas não sabe a realidade dos fatos. Aí, eu desisti, mas depois voltei atrás", explicou,
"Quando eu realmente vi que ela não tinha sobrevivido, a única coisa que eu consegui falar no ouvido dela foi: Você pode ir. Vai em paz, que eu vou cuidar de tudo que aconteceu aqui", diz a mãe de Isabella em trecho divulgado pela Netflix em trailer do documentário.
Os avós maternos da criança são os outros familiares que deram depoimento para o filme.
A produção do documentário se debruçou sobre mais de seis mil páginas de processo e gravou 118 horas de entrevistas
Também foram reunidos mais de 5 mil itens de arquivo fotográfico retirados de veículos de imprensa e cedidos por familiares de Isabella.
O material se concentra em depoimentos de pessoas envolvidas diretamente nas investigações e cobertura do caso: juiz, promotor, policiais, peritos, advogados e jornalistas.
Claudio Manoel destaca que o longa procura não somente resgatar a história como gerar reflexões sobre diversos aspectos da sociedade brasileira.
São reflexões sobre a nossa sociedade, sobre a justiça criminal na verdade, sobre o nosso sistema como um todo e ainda sobre o sensacionalismo, enfatizou.
Condenados pelo assassinato, Alexandre Nardoni (o pai) e Anna Carolina Jatobá (a madrasta) não quiseram dar entrevistas para os diretores.
O julgamento do casal aconteceu dois anos depois. Nardoni foi condenado a 30 anos de prisão e Jatobá a 26.
Desde de junho de 2023, Jatobá cumpre a pena em regime aberto.
Nardoni está no regime semiaberto, que permite saídas ocasionais, desde 2019.