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Hacker, quebra de sigilo e Mauro Cid: entenda o cerco a Bolsonaro


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Esta quinta-feira (17/08) foi um dia agitado para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Acompanhe tudo no Flipar e fique por dentro do que rolou!

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O dia começou com o depoimento bombástico do hacker Walter Delgatti Neto à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Ele disse que o ex-presidente lhe pediu que invadisse as urnas eletrônicas e ainda o ofereceu indulto caso fosse preso ou condenado.

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Segundo Delgatti, a oferta teria acontecido durante uma reunião no Palácio do Planalto pouco antes das eleições, em 2022.

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A reunião teria sido arranjada por intermédio da deputada Carla Zambelli (PL-SP).

Lula Marques/EBC

Ele queria que eu autenticasse a lisura das eleições, das urnas. E por ser o presidente da República, eu acabei indo ao encontro, declarou o hacker.

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Ele disse que estava desamparado e sem emprego e por isso teria aceitado o convite da deputada, que também teria lhe oferecido emprego na campanha do ex-presidente.

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Em outro ponto do depoimento, o hacker cita que Bolsonaro teria mandado o general Marcelo Câmara fazer a ponte com o Ministério da Defesa para ajudá-los no planejamento.

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"Ele (Bolsonaro) me deu carta branca para fazer o que eu quisesse relacionado às urnas. Então, eu poderia, segundo ele, cometer um ilícito, que seria anistiado, perdoado", contou Delgatti.

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Delgatti também afirmou que o marqueteiro de Bolsonaro, Duda Lima, solicitou que ele conseguisse um código-fonte falso, com o intuito de apontar fragilidades nas urnas eletrônicas.

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Segundo o hacker, a ideia com o código falso era mostrar que se alguém digitasse o número de Bolsonaro, a urna registraria outro canditado.

Antonio Augusto/Ascom/TSE

Delgatti declarou que Bolsonaro lhe disse que o governo tinha conseguido instalar um grampo no ministro do STF, Alexandre de Moraes, com a ajuda de "agentes de fora do Brasil". O hacker disse que o ex-presidente pediu que ele assumisse a autoria do crime.

Marcelo Camargo/Agência Brasil

"Lembrando que, à época, eu era o hacker da Lava Jato. Então, seria difícil a esquerda questionar essa autoria, porque lá atrás eu teria assumido a 'Vaza-Jato', que eu fui, e eles apoiaram. Então, a ideia seria um garoto da esquerda assumir esse grampo", declarou.

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Delgatti ficou conhecido como hacker da Vaza Jato em 2019, após conseguir acessar trocas de mensagens do então Juiz Sergio Moro durante a Operação Lava Jato.

Marcos Oliveira/Agência Senado

Em determinado momento do depoimento, o hacker e o ex-juiz protagonizaram um bate-boca. Ao se referir às mensagens as quais teve acesso, o hacker disparou: "Li a parte privada e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz, cometeu diversas irregularidades e crimes."

Reprodução TV Senado

O depoimento do hacker não foi o único motivo de preocupação para o ex-presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira.

wikimedia commons Gustavo Lima / Câmara dos Deputados

No início da noite, Cezar Bittencourt, o advogado que representa Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, comunicou que seu cliente planeja revelar que vendeu as joias da Presidência nos Estados Unidos por ordem do ex-presidente.

Antônio Cruz / Agência Brasil

Segundo o advogado, Cid também deve alegar que entregou o dinheiro (em espécie) da venda a Bolsonaro. A informação foi dada inicialmente pela Revista Veja e depois replicada nos demais veículos.

Marcos Corrêa/PR

Desde maio, Cid encontra-se detido. Durante o mandato presidencial, ele ocupava uma posição de grande confiança de Bolsonaro.

Alan Santos / PR/Divulgação

Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), os presentes que foram recebidos -- que inclui as joias -- deveriam ser incluídos no patrimônio da União, e não comercializados como pertences pessoais.

flickr agência senado

Cezar Bittencourt começou a representar Mauro Cid na terça-feira (15/08). Ele é o terceiro advogado a assumir o caso desde a prisão de Cid.

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Para completar, ainda na quinta-feira (17/08), o Ministro Alexandre de Moraes autorizou as quebras de sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro.

Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro também autorizou o pedido de cooperação internacional feito pela PF. Agora o órgão deverá solicitar aos Estados Unidos a quebra de sigilo bancário na Flórida dos investigados no caso das joias.

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