Descobertas de um projeto de escavação no antigo prédio do DOI-Codi, em São Paulo, foram divulgadas no dia 14/8 O FLIPAR mostrou e republica para quem não viu. para.
O trabalho, iniciado em 2 de agosto, foi feito por pesquisadores e cientistas da Unicamp, Unifesp e UFMG com o objetivo de detalhar a história dos crimes cometidos pelo regime militar entre 1964 e 1985.
Entre os indícios preliminares de violência encontrados no local estão inscrições dos prisioneiros nas paredes (dias de semana e de mês), resíduos de material que pode ser sangue e fichamento dos detentos.
O Destacamento de Operações de Informação Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) foi o principal órgão da ditadura militar encarregado de reprimir opositores do governo.
O órgão ficou em atividade entre 1969 e 1983. Ali foram presas, interrogadas e, frequentemente, torturadas cerca de sete mil pessoas. Entre 52 e 79 pessoas teriam sido mortas na Rua Tutóia, 921, Vila Mariana.
A ditadura militar no Brasil foi um regime instaurado entre 1° de abril de 1964 e 15 de março de 1985.
De caráter autoritário e nacionalista, a ditadura teve início com o golpe militar que derrubou João Goulart, presidente democraticamente eleito pela população.
Ao longo de 21 anos, o Brasil foi presidido pelos militares Humberto Castello Branco (1964-1967), Marechal Costa e Silva (1967-1969), General Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), General Ernesto Geisel (1974-1979) e General João Baptista Figueiredo (1979-1985).
A forte repressão contra os opositores foi a marca da ditadura militar, que teve seu auge em 1968, com o Ato Institucional Número Cinco (AI-5).
Por dez anos, o AI-5 dissolveu o Congresso Nacional, liberdades civis foram suprimidas e a Constituição de 1946 foi substituída pela de 1967.
Outra característica do AI-5 foi a criação de um código de processo penal militar que permitia que o Exército brasileiro e a Polícia Militar prendessem pessoas consideradas suspeitas, além de impossibilitar qualquer revisão judicial.
Há divergências quanto ao número de desaparecidos pelo regime militar no Brasil. Em atividade durante 2011 e 2014, a Comissão Nacional da Verdade (CNV), em seu relatório final, reconheceu 434 mortes e desaparecimentos políticos entre 1964 e 1988.
Com a crise econômica, resultando no aumento dos níveis de concentração de renda e pobreza no país, o movimento pró-democracia ganhou força no Brasil na década de 1980.
Com a aprovação pelo governo da Lei de Anistia para os crimes políticos cometidos pelo regime militar ditatorial, as eleições presidenciais indiretas foram realizadas em 1984, com candidatos civis e militares.
Tancredo Neves foi eleito com 72,73% dos votos, mas não chegou a assumir, morrendo por infecção generalizada que teve início com uma apendicite.
José Sarney, seu vice, assumiu o governo federal entre 21 de abril de 1985 e 15 de março de 1990, dando início à nova era de democracia no Brasil.