Um incidente assustador seguido por uma operação de resgate dramática paralisou o Paquistão nesta terça-feira (22/08).
Segundo a agência de notícias Reuters, equipes de resgate do país asiático conseguiram salvar cinco das sete crianças que estavam presas em um teleférico em uma região montanhosa no norte do país.
Até o momento desta publicação, duas crianças e um adulto o professor responsável ainda estavam dentro da cabine, que se encontra suspensa a 274 metros de altura.
Devido à falta de visibilidade, as autoridades decidiram interromper temporariamente as operações de resgate por helicóptero -- são oito horas a mais em relação ao Brasil.
Em contato por telefone com uma TV local, o professor implorou por pressa: nossa situação é precária, pelo amor de Deus, faça alguma coisa. Ele disse que os alunos sequer têm água potável na cabine.
Dois helicópteros do exército paquistanês participam da operação.
Os socorristas conseguiram entregar remédios para enjoo e medicamentos para o coração.
Segundo o agente de resgate Shariq Riaz Khattak, uma das crianças chegou a desmaiar por conta do medo e do calor.
O incidente aconteceu depois que um cabo se rompeu enquanto o grupo seguia para a escola em outra região do distrito de Battagram, que fica no Paquistão.
Por conta da região montanhosa, cerca de 150 alunos usam o teleférico diariamente. É o único meio de transporte que faz esse trajeto.
Segundo as autoridades, as crianças resgatadas estão recebendo cuidados médicos, mas o estado de saúde de ambas é considerado bom.
O resgate é considerado perigoso devido aos ventos fortes e à fragilidade da cabine.
A equipe militar encarregada da operação tentou salvar os passageiros em pelo menos quatro ocasiões, porém sem sucesso.
Na primeira tentativa, eles começaram a içar uma das crianças, mas interromperam a ação devido ao risco de desestabilização da cabine do teleférico.
O principal receio é que o vento causado pelo helicóptero agite demais a cabine e a torne instável.
O resgate é considerado uma corrida contra o tempo já que, por volta das 13h30 (horário de Brasília), os sobreviventes já estavam presos há mais de 14 horas pendurados.
Um oficial de segurança, que preferiu não se identificar, explicou que, depois de uma última tentativa com helicóptero, é provável que mudem a estratégia para um resgate no solo.
Ele comunicou que a escuridão e o mau tempo estão tornando a situação mais arriscada, e a cabine do teleférico começa a vibrar quando o helicóptero se aproxima.
A comoção é grande e centenas de aldeões se aglomeraram próximo à uma encosta montanhosa para acompanhar o resgate.
A altura em que a cápsula se encontra chega a ser quase do tamanho da Torre Eiffel ou do One Tower prédio mais alto do Brasil.
"Fornecemos refeições e água para os alunos presos e estamos pensando em outras opções de resgate", disse Sonia Shamroz, uma das coordenadoras da operação.
Depois do incidente, o primeiro-ministro do Paquistão, Anwar-ul-Haq Kakar, anunciou o fechamento de diversos teleféricos que estão com falta de manutenção.
Também instruí as autoridades a realizar inspeções de segurança de todos esses teleféricos privados e garantir que sejam seguros para operar e usar, escreveu Kakar no Twitter.